Além das críticas feitas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao governo do ex-presidente Lula (PT), o candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, falou ser contra a reeleição e garantiu que mesmo querendo ser um presidente com apenas quatro anos de mandato, se eleito vai projetar o país para os próximos 30 anos. As afirmações foram feitas durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta terça-feira, 23/8.
“A minha tarefa é projetar o Brasil para os próximos 30 anos. Eu quero transformar o Brasil, para as pessoas terem como acompanhar num Portugal, do seu ponto de vista social e econômico. Portugal tem o seguinte padrão. O Brasil está em um padrão muito atrás. Eu quero em 30 anos que o Brasil vire um Portugal com qualidade de vida”, disse o candidato ao ser questionado sobre o pouco tempo de mandato para solucionar os diversos problemas o país.
No decorrer da entrevista, Ciro Gomes foi questionado sobre a estratégia de ofender os adversários, e se defendeu, mas não deixou de criticar a governança dos adversários Lula e Bolsonaro. A polarização politica em torno dos adversários também foi criticada.
“A política não pode ser reduzida a essa coisa odienta. De que o Bolsonaro é um protesto contra a corrupção e a crise econômica que o PT produziu. Agora a frustação com o Bolsonaro e a gente vai voltar ao passado? O Brasil não aguenta mais isso”, opinou o candidato.
Economia – Gomes em vários momentos da entrevista apontou pontos estratégicos e econômicos da sua campanha, como as ações de implementação de modelos para “beneficiar” a população. Questionado sobre o aumento do Auxílio Brasil, hoje no valor de R$ 600 até dezembro, e os reflexos disso para a economia, o candidato disse que pretende fomentar um sistema previdenciário diferente se eleito, e criticou a forma “ameaçadora” que se tornou os embates em torno desse benefício.
“O que eu estou propondo é uma perna de um novo modelo previdenciário. Pegar todos os programas de transferência e transformar em um direito previdência para evitar “ameaças” como ocorre hoje”, destacou.
Apoio do Congresso e renúncia – Sobre a importância de ter o apoio no Congresso Nacional e o apoio de alianças, Ciro Gomes falou sobre sua intenção de renunciar após o partido não conseguir votar coisas importantes, como a PEC dos Precatórios.
“A única vez que eu falei na vida, a palavra renunciar foi naquela noite. Depois eu entendi que foi um mal entendido”, disse ele ao relembrar a situação.
Reeleição – Sobre o compromisso de não concorrer à reeleição e ser questionado sobre o assunto, e de como isso ajudaria ele a formar maioria no Congresso ele reforçou esse compromisso. “Eu reafirmo aqui solenemente, pode me cobrar. Eu abro mão da reeleição a partir de agora”, afirmou ele ao dizer que isso evitaria uma série de questões.
“O que destruiu a governada política brasileira, nesse modelo que estou falando, foi à reeleição. O presidente se coloca com medo dos conflitos, porque quer agradar todo mundo para fazer a reeleição. O presidente se vende a esses grupos picaretas da política brasileira porque tem medo de CPI ou quer se reeleger”, afirmou ao falar sobre as ações atuais do presidente Bolsonaro e dizer que não é corrupto e não tem medo de CPI.
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Por Izabel Guedes
Foto: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis