O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez nesta quinta-feira, 9/6, uma manifestação prévia ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, antes do encontro bilateral, privado, entre os dois e disse que “por vezes”, o Brasil sente ameaçada a soberania da Amazônia. Bolsonaro viajou para Los Angeles (EUA) a fim de participar da Cúpula das Américas, encontro que reúne chefes de Estado e de governo da região.
Sentado ao lado de Biden, Bolsonaro defendeu a legislação ambiental brasileira e disse que “brevemente” o país se tornará “um dos maiores exportadores de energia limpa via hidrogênio verde”.
“Por vezes, nós nos sentimos ameaçados na nossa soberania naquela área. Mas o Brasil preserva muito bem o seu território”, afirmou.
Ele admitiu “dificuldades” em relação ao meio ambiente. “A questão ambiental, temos nossas dificuldades, mas fazemos o possível para atender aos nossos interesses e também, por que não dizer, a vontade do mundo. Mas, como disse, somos um exemplo para o mundo na questão ambiental”, afirmou.
Antes da fala de Bolsonaro, Biden disse a ele que o Brasil fez “sacrifícios reais” para proteger a Amazônia e que o restante do mundo deveria ajudar a financiar a preservação da floresta. Segundo Biden, preservar a Amazônia é uma “responsabilidade internacional” porque o mundo se beneficia da proteção da floresta.
Bolsonaro também disse ao colega norte-americano que 85% da Amazônia são preservados, que a legislação ambiental é “bastante rígida” e que o governo faz o possível para cumpri-la.
Mas dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que em abril, pela primeira vez na história, os alertas de desmatamento na Amazônia ultrapassaram 1 mil km². Em relação a abril de 2021, o número de alertas quase dobrou, segundo o Inpe
Outros temas – O presidente brasileiro também falou a Biden sobre alimentos. “Ouso dizer”, afirmou que o mundo “depende muito do Brasil para sua sobrevivência”.
“O Brasil alimenta mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo com agricultura de ponta, mecanizada, e com tecnologia incomparável em todo o mundo. O mundo hoje, ouso dizer, depende muito do Brasil para sua sobrevivência”, declarou o brasileiro.
Eleições – “Este ano temos eleições no Brasil e nós queremos, sim, eleições limpas, confiáveis e auditáveis para que não sobre nenhuma dúvida após o pleito. E tenho certeza que ele será realizado nesse espírito democrático. Cheguei pela democracia e tenho certeza que, quando deixar o governo, também será de forma democrática.”
Relações com os EUA – “Brasil e EUA têm tudo para selar suas relações comerciais materializando o eixo Norte-Sul, porque nossos países se complementam e temos tudo para nos integrarmos cada vez mais e sermos um exemplo para o mundo.”
Guerra Rússia-Ucrânia – “Senhor presidente Joe Biden, nós torcemos, estamos à disposição, para colaborar na construção de uma saída deste episódio que não queremos entre Ucrânia e Rússia porque nós deveremos, pretendemos, torcemos e oramos para que saíamos o mais rapidamente para que não só o Brasil, mas o mundo retorne à normalidade.”
Críticas – Em meio à reuniões e conferências com líderes governamentais na Cúpula das Américas, o perfil oficial do presidente Jair Bolsonaro (PL) viralizou nas redes sociais ao rebater críticas do ator e ativista Mark Ruffalo, o Hulk, que chamou o mandatário de “homem que não respeita a democracia” e afirmou que o chefe do Executivo brasileiro ameaça o país com um golpe.
As falas de Ruffalo foram feitas em um tuíte do ator destinado ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, antes da reunião dele com Bolsonaro. “Caro Biden, o homem com quem você se encontrando hoje não respeita a democracia e ameaça consistentemente um golpe”, escreveu o ativista.
Confira:
Horas depois, Bolsonaro compartilhou o tuíte de Ruffalo e respondeu com ironia que o ator não leu a Constituição Brasileira, mas que ela “não é nada como os roteiros complicados do Hulk que você tem que memorizar ‘AHGFRR’”. “Leia e você descobrirá que não estou apenas respeitando, mas protegendo o estado de direito do Brasil”, escreveu a conta oficial do mandatário.
Os tuítes também acusaram “a esquerda brasileira” de querer “controlar a imprensa, coibir a liberdade de expressão, censurar a internet e apoiar financeiramente ditaduras como Cuba e Venezuela”. “Não eu”, disse.
O extenso fio de Bolsonaro se encerra com uma crítica cinematográfica. “A propósito, o Hulk original era muito mais legal. Ele não precisava de um computador para parecer forte e realmente entendia algo sobre a natureza”, ironizou a conta oficial do presidente. Ruffalo é, desde 2016, presidente fundador da ONG Water Defense, que atua para garantir a qualidade e evitar contaminação de água de comunidades de Nova York e Colorado.
Confira:
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Da Redação com informações do G1 e Correio Braziliense
Foto: Divulgação / Planalto