O presidente americano, Joe Biden, declarou nesta quarta-feira, 14/4, que planeja encerrar a guerra mais longa dos Estados Unidos e é hora de as tropas americanas no Afeganistão “voltarem para casa”. Ele disse que pretende assim encerrar 20 anos de envolvimento militar dos EUA no país, mesmo que críticos alertem que a paz ainda não foi assegurada.
Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também concordaram em iniciar a retirada de suas tropas do Afeganistão em 1º de maio, em um processo que deve ser concluído em “poucos meses”, anunciou a aliança transatlântica em um comunicado.
Em um discurso na Casa Branca, Biden estabeleceu uma meta de retirar todos os 2,5 mil soldados americanos remanescentes no Afeganistão até o dia 11 de setembro, com saída começando em 1º de maio. Retirando-se sem uma vitória clara, os Estados Unidos se abrem a críticas por uma possível admissão de falha.
“Agora sou o quarto presidente americano a presidir tropas americanas no Afeganistão. Dois republicanos. Dois democratas. Não vou passar essa responsabilidade para um quinto. É hora de acabar com a guerra mais longa da América. É hora de as tropas americanas voltarem para casa”, afirmou o presidente.
“Acredito que nossa presença no Afeganistão deve se concentrar no motivo pelo qual fomos em primeiro lugar: garantir que o Afeganistão não seja usado como base para atacar nossa pátria. Cumprimos esse objetivo”, disse ele.
Simbolismo – A data de 11 de setembro é altamente simbólica, uma vez que marca 20 anos dos ataques da Al-Qaeda aos Estados Unidos que levaram o então presidente George W. Bush a lançar o conflito. A guerra custou a vida de 2,4 mil militares americanos e consumiu cerca de US$ 2 trilhões. O número de tropas americanas no Afeganistão atingiu o pico de mais de 100 mil em 2011.
Em um encontro com oficiais da Otan em Bruxelas mais cedo, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que as tropas estrangeiras sob o comando da Aliança no Afeganistão também deixarão o país em coordenação com os EUA em 11 de setembro. Sua declaração foi dada depois que a Alemanha afirmou que combinaria esses planos com os americanos.
Blinken também conversou por telefone com o chefe do Exército do Paquistão sobre o tema e discutiu o processo de paz, de acordo com uma declaração da ala de mídia dos militares paquistaneses.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, escreveu no Twitter que ele falou com Biden e respeita a decisão dos EUA. Ghani adicionou que “trabalharemos com nossos parceiros dos EUA para garantir uma boa transição” e que seu governo continuará a trabalhar com os “parceiros EUA e a Otan nos esforços de paz em curso”.
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Com informações de O Estado de S.Paulo
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