O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) se manifestou sobre a operação da PF (Polícia Federal) da qual foi alvo na manhã desta sexta-feira (19). Investigado por desvio de cota parlamentar, o congressista disse estar sofrendo uma “perseguição implacável” e falou em uma suposta “ditadura” do Poder Judiciário.
“Hoje, no aniversário da minha filha, a PF fez busca e apreensão novamente na minha casa por determinação de Flávio Dino. Perseguição implacável!”, disse em publicação no seu perfil no Instagram.
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A Polícia Federal cumpriu sete mandados de busca e apreensão. Segundo Jordy, ele e seus pais foram alvos.
O deputado afirma que a principal alegação para a ação é a de que ele supostamente desviou recursos de cota parlamentar com uma empresa de fachada. A empresa em questão seria uma locadora de carros. De acordo com ele, vários deputados também utilizam os serviços dessa mesma empresa — incluindo o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que também foi alvo da PF.
“A alegação deles é tosca, eles dizem que chama muito a atenção o número de veículos dessa empresa, que aluga para vários outros deputados, dizendo que as outras empresas tem 20 veículos na sua frota e a Harue tem apenas cinco veículos”, afirmou em vídeo divulgado na rede social. A empresa em questão é a Harue Locação de Veículos.
A operação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal). Em resposta à ação, Jordy acusou o Judiciário de querer intimidá-lo e de “pesca probatória” — prática proibida no Brasil que consiste em investigações genéricas e sem causa provável, com o objetivo de encontrar uma prova para uma futura acusação.
“Nós não vamos nos intimidar, eu não vou abaixar minha cabeça para essa covardia. Isso aqui para mim vai ser mais um instrumento de ânimo para enfrentar essa tirania, essa ditadura do Judiciário que persegue seus adversários utilizando o aparato da Justiça, utilizando o aparato público, o aparato estatal. Nós vamos vencer essa batalha no ano que vem”, declarou Jordy, fazendo referência às eleições de 2026.
A esposa de Jordy, a advogada Lais Jordy, também fez postagem em seu perfil no Instagram sobre o caso. Ela destacou o fato de que o deputado utiliza a mesma locadora de carros desde o início do seu primeiro mandato.
“Temos um Judiciário que é usado como instrumento de perseguição política, querem a todo custo calar, silenciar a direita”, afirmou Lais. Segundo ela, Deus autoriza que “coisas ruins” aconteçam para que o povo “possa despertar”.
Contexto
Há exatamente um ano, em 19 de dezembro de 2025, a Polícia Federal cumpriu mandados contra os assessores de Sóstenes e Jordy no âmbito da mesma investigação. Segundo a corporação, a apuração indicava a existência de um esquema criminoso em que “agentes públicos e empresários teriam estabelecido um acordo ilícito para o desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares”.
À época, a operação foi nomeada de “Rent a Car” (Alugue um Carro, em inglês). De acordo com a PF, os investigados utilizaram a mesma empresa de locação de veículos (Harue Locação de Veículos) para simular contratos de prestação de serviços.
A PF também havia solicitado buscas e apreensões contra os dois deputados, mas a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestou contra a medida, mas o ministro Flávio Dino negou o pedido. A avaliação feita na ocasião foi de que, no presente da investigação, não havia indícios de que Jordy e Sóstenes tivessem envolvimento ou mesmo conhecimento das atividades ilícitas de seus assessores.
Fonte: CNN


