O governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), voltou a ser alvo da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (12) em uma nova fase da investigação que apura fraudes e desvios de recursos públicos durante a pandemia da Covid-19. Denominada Operação Nêmesis, a ação busca esclarecer suspeitas de obstrução das investigações da Operação Fames-19, deflagrada em 2023, que apura irregularidades na compra e distribuição de cestas básicas e outros itens com verbas federais.
Autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a PF cumpriu 24 mandados de busca e apreensão em Palmas e Santa Tereza do Tocantins. Os agentes investigam o uso de veículos oficiais para o transporte de documentos e materiais que seriam de interesse das autoridades, o que caracterizaria tentativa de atrapalhar o trabalho dos investigadores.
Wanderlei Barbosa está afastado do cargo desde setembro, por decisão do STJ, que determinou a medida cautelar por 180 dias. Ele é suspeito de peculato, corrupção passiva, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A investigação aponta que recursos destinados à assistência social durante a pandemia teriam sido contratados de forma direta, sem critérios técnicos, beneficiando empresas ligadas a aliados políticos e com indícios de sobrepreço.
De acordo com fontes ligadas à investigação, parte do dinheiro público teria sido desviado para fins particulares, incluindo a construção de uma pousada de luxo supostamente ligada à família do governador. A nova fase da operação tenta confirmar se houve manipulação de provas e destruição de documentos após a deflagração da primeira etapa.
Em nota, a defesa de Wanderlei Barbosa declarou ter recebido “com estranheza” a nova operação. Confira a nota na íntegra:
“O Governador Wanderlei Barbosa recebeu com estranheza mais uma operação da Polícia Federal ao mesmo tempo que aumenta a expectativa pelo julgamento do Habeas Corpus que pode devolvê-lo ao cargo. Ao mesmo tempo reitera a sua disponibilidade para colaborar com as investigações e mantém a sua confiança na justiça e nas instituições.”


