A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (12), por 17 votos a 10, a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República (PGR). A indicação, encaminhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segue agora em regime de urgência para votação no Plenário ainda hoje.
O relatório favorável foi apresentado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que destacou o perfil técnico e discreto do procurador-geral. Segundo ele, o Ministério Público deve atuar com equilíbrio e independência, sem ceder a pressões externas ou à lógica das redes sociais.
“Uma das melhores posições de Gonet é que ele não é uma pessoa midiática. Ele trata as questões nos autos, e não pela imprensa, tentando ganhar um like a mais. O Judiciário brasileiro tem que se pautar pelos autos, e não pela opinião pública. Isso tem prejudicado muitas vezes a atuação do Judiciário”, afirmou Omar Aziz.
O senador amazonense reforçou que seu parecer foi construído “com base no diálogo e na escuta de diferentes vozes” e defendeu que o Ministério Público mantenha “sua essência, atuando com responsabilidade e foco no que está nos autos, e não nas manchetes”.
Durante a sabatina, Paulo Gonet foi questionado sobre temas sensíveis, entre eles a atuação da PGR nas investigações dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O procurador destacou os resultados obtidos até o momento: 715 condenações, 12 absolvições e 606 processos ainda em andamento.
A sessão foi marcada por apoios e críticas à recondução. Entre os senadores que defenderam o nome de Gonet estiveram Eduardo Braga (MDB) e Rogério Carvalho (PT), que ressaltaram o perfil técnico e institucional do procurador. Já parlamentares da oposição, como Flávio Bolsonaro (PL) e Jorge Seif (PL), questionaram a atuação da PGR em processos envolvendo os eventos de janeiro e alegaram falta de imparcialidade.
Com a aprovação na CCJ, Paulo Gonet depende agora da confirmação em votação secreta no Plenário do Senado para seguir no comando da Procuradoria-Geral da República por mais dois anos.


