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quinta-feira, outubro 30, 2025

Após reunião com Xi Jinping, presidente dos EUA reduz tarifas sobre a China

Os dois se encontraram na Coreia do Sul para conter escalada na guerra comercial; Acordo formal, porém, ainda não é realidade

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, realizaram um encontro na Coreia do Sul nesta quinta-feira, 30, levando a uma série de anúncios sobre o estreitamento dos laços comerciais entre as nações que protagonizam uma guerra comercial com efeitos globais. A última cúpula entre eles havia sido em 2019, no primeiro mandato do republicano.

O americano afirmou que Washington reduzirá de 20% para 10% a “tarifa do fentanil” sobre produtos chineses importados, como ele apelidou a sobretaxa devido às acusações de que Pequim seria uma das principais fontes do opioide que se espalha pelos EUA com velocidade epidêmica. Com isso, as alíquotas americanas totais sobre o país caem de 57% para 47%.

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Em contrapartida, a China começará a “comprar grandes quantidades de soja, sorgo e outros produtos agrícolas”, atestou Trump. De acordo com a agência de notícias Reuters, Pequim comprou seus primeiros carregamentos de soja americana em vários meses um dia antes das negociações.

A nação asiática também se comprometeu a facilitar a compra de terras raras pelos Estados Unidos, o principal ponto que acirrou a disputa entre as potências econômicas nas últimas semanas. O acordo sobre tais minerais, essenciais a indústrias tecnológicas como defesa, automotiva e eletrônica, teria duração de um ano e seria renegociado anualmente, com expectativa de renovação, segundo Trump.

“Toda a questão das terras raras já foi resolvida”, disse o presidente americano. “E isso vale para o mundo todo, pode-se dizer que essa foi uma situação mundial, não apenas uma situação dos EUA. Não há nenhum obstáculo para a exploração de terras raras. Espero que isso desapareça do nosso vocabulário por um tempo.”

Do outro lado, Pequim afirmou que Washington suspenderá a expansão dos controles de exportação sobre empresas estrangeiras contidas na Lista de Entidades, que afetava empresas chinesas.

Antes do encontro com Trump, Xi Jinping comparou a relação entre Estados Unidos e China a um navio transatlântico, dizendo que os países deveriam “manter o rumo certo” e “ser parceiros e amigos”.

“O mundo enfrenta muitos problemas difíceis. A China e os Estados Unidos podem assumir conjuntamente a sua responsabilidade como grandes potências e trabalhar juntos para realizar coisas ainda maiores e concretas para o bem dos nossos dois países e do mundo inteiro”, declarou. Ele acrescentou que “nem sempre concorda” com Trump, acrescentando que é “normal que as duas maiores economias do mundo tenham atritos de vez em quando”.

Xi não fez comentários diretos sobre o conteúdo das discussões após a bilateral, mas observou que as equipes econômicas e comerciais de ambos os países “chegaram a um consenso básico sobre como abordar nossas principais preocupações” durante uma rodada recente de conversas em Kuala Lumpur, na Malásia, segundo a mídia estatal chinesa. Isso “criou as condições necessárias” para o encontro desta quinta, ele acrescentou. Ele deve participar agora de um evento da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

Após a reunião, os dois apertaram as mãos e Trump embarcou imediatamente no avião presidencial Air Force One para retornar a Washington. Apesar de ele ter sugerido anteriormente que a cúpula com Xi na cidade sul-coreana de Busan poderia durar até quatro horas, os dois passaram uma hora e quarenta minutos juntos. Mesmo assim, o ocupante da Casa Branca taxou a conversa de “incrível” e classificou-a como nota doze em escala de um a dez, afirmando que a disputa foi resolvida e que visitaria a China em abril.

A guerra comercial havia voltado a escalar neste mês, depois que Pequim propôs expandir drasticamente suas restrições às exportações de minerais de terras raras, componentes vitais na fabricação de tudo, desde smartphones a aviões de guerra.

Em resposta, Trump prometeu retaliar com tarifas adicionais de 100% sobre as exportações chinesas e com outras medidas, incluindo possíveis restrições às exportações para a China que sejam feitas com software americano.

Apesar da nova trégua, um acordo comercial completo entre Estados Unidos e China permanece incerto, apesar de Trump ter dito que um documento formal será assinado “muito em breve”.

Fonte: VEJA

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