O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo, 26, durante coletiva de imprensa na Malásia, que está disposto a intermediar uma conversa entre os Estados Unidos e a Venezuela, caso seja necessário. Ao comentar sobre o tema, o petista se autodenominou uma “metamorfose ambulante”, em referência à sua flexibilidade em negociações internacionais.
A declaração ocorreu após uma reunião bilateral com o presidente norte-americano Donald Trump, na qual Lula afirmou ter colocado a situação venezuelana entre os assuntos discutidos. Segundo o presidente, o Brasil tem condições de exercer um papel de mediação diante do agravamento da crise no país vizinho.
“Se quiser discutir sobre minerais críticos, pedras raras, etanol, açúcar, não tem problema. Eu sou a metamorfose ambulante na mesa de negociações. Coloca o que quiser, eu estou disposto a discutir qualquer assunto. É assim que eu aprendi a negociar. Coloque na mesa, me convença, porque me convencer é fácil”, declarou Lula.
O presidente acrescentou que abordou diretamente com Trump a necessidade de atenção especial à situação venezuelana:
“Eu coloquei a questão da Venezuela para ele, dizendo que, pelo que sai no jornal, estou vendo que as coisas estão se agravando. Disse que é extremamente importante que o Brasil, como o maior país da América do Sul e o economicamente mais importante, esteja disposto a ajudar na relação com a Venezuela. O que precisar, o Brasil vai ajudar.”
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As fala de Lula ocorre em meio às tensões diplomáticas e militar entre os EUA e a Venezuela, diante da situação envolvendo o tráfico internacional de drogas na região do Caribe e Caracas.
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Trump anunciou que não pedirá autorização formal ao Congresso para realizar operações na Venezuela e confirmou que a CIA já recebeu aval para executar missões secretas no território. A decisão foi precedida por uma série de bombardeios no Caribe, que deixaram ao menos 37 mortos, supostamente ligados ao tráfico.
Além disso, o ex-presidente americano dobrou a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, elevando o valor para US$ 50 milhões, sob acusação de tráfico de drogas. Ele também enviou forças navais com milhares de marines ao Caribe e comparou os cartéis venezuelanos, como o suposto “Cartel de los Soles”, à Al-Qaeda.


