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terça-feira, outubro 14, 2025

Discussão entre desembargadores marca sessão do TJAM sobre Lei da Sala de Estado Maior

Lei garante que advogados sejam presos, antes do trânsito em julgado, apenas em Sala de Estado Maior ou em prisão domiciliar

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A sessão do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) desta terça-feira, 14, foi marcada por discussões acaloradas entre os desembargadores Hamilton Saraiva e Flávio Pascarelli, com direito a interrupções e troca de farpas, durante o julgamento da Ação de Inconstitucionalidade da Lei Estadual nº 5661/2021, conhecida como Lei da Sala de Estado Maior.

A lei, prevista no Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94), garante que advogados sejam presos, antes do trânsito em julgado, apenas em Sala de Estado Maior ou em prisão domiciliar. O debate ocorreu após a leitura do voto da relatora, desembargadora Onilza Gerth, e contou com intensas divergências sobre a interpretação do texto legal.

Leia mais: TJAM suspende julgamento sobre “Sala de Estado Maior” para advogados presos provisoriamente

O embate mais acalorado envolveu os desembargadores Hamilton Saraiva e Flávio Pascarelli. Saraiva questionou conceitos apresentados pelo colega Délcio Santos, o que motivou Pascarelli a intervir afirmando que o problema era o “conceito de conceito”. Durante a discussão, Saraiva afirmou que compreendia o tema e destacou que Pascarelli não era o único desembargador presente.

O diálogo entre os magistrados foi marcado por interrupções constantes e sobreposição de falas:

Pascarelli: “Eu acho que o problema de vossa excelência, no momento, é o conceito de conceito. É por isso que nós não estamos nos entendendo.”
Saraiva: “Não, desembargador. Eu entendo perfeitamente o posicionamento de vossa excelência e respeito.”
Saraiva: “Vossa excelência não é o único desembargador aqui não. Vossa excelência é um desembargador igual a todos.”
Pascarelli: “Vossa excelência acabou de chamar [atenção].”
Saraiva: “Eu não chamo a atenção de desembargador. Eu não questiono voto de desembargador.”
Pascarelli: “Acabou de dizer aqui que o conceito de isonomia é absurdo, que nunca leu. Como é que não está chamando atenção de desembargador?”.

A situação chegou a ser criticada pela desembargadora Graça Figueiredo, que pediu ordem no plenário devido ao atropelo de falas.

“Essa forma de estar falando juntos parece que paixões estão sendo defendidas, e não o direito. Por isso que estou falando aos nossos ilustríssimos colegas para que os debates sejam respeitados, para que, quando um tiver falando, o outro escute, e não fique interrompendo o tempo todo. Isso é desagradável para quem está ouvindo, para a plateia e para quem está assistindo”, disse a magistrada.

A discussão sobre o processo foi suspensa após o pedido de vistas do desembargador João Simões, sem definição sobre o desfecho da ação.

Confira:

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