A Justiça do Trabalho determinou, nesta sexta-feira, 12, a cessação imediata da paralisação dos rodoviários que afetava o transporte coletivo urbano em Manaus desde a quinta-feira, 11 de setembro. A decisão foi proferida pelo desembargador Jorge Álvaro Marques Guedes, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT11).
No despacho, o magistrado destacou que a greve ocorria em desobediência a uma decisão liminar anterior e determinou que a paralisação fosse encerrada imediatamente, sob pena de caracterizar desobediência à ordem judicial pelos dirigentes sindicais. O documento também prevê, caso a decisão não seja cumprida, o bloqueio das contas bancárias do sindicato em até 24 horas.
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“Considerando que é fato público e notório a paralisação do sistema de transporte coletivo urbano na cidade de Manaus, desde a data de ontem, 11 de setembro/2025, em desobediência à decisão liminar anteriormente proferida, chamo o processo à ordem e determino a imediata cessação da paralisação (greve) dos trabalhadores, sob pena de se caracterizar como desobediência à ordem judicial, pelos dirigentes sindicais, sem prejuízo do bloqueio das contas bancárias do sindicato suscitado, em 24 horas”, diz o despacho.
O desembargador também determinou que a decisão fosse comunicada ao sindicato de forma urgente, por qualquer meio de comunicação, valendo o teor do despacho como mandado judicial.
Com a determinação, os rodoviários deverão retomar imediatamente as atividades, garantindo o funcionamento do transporte coletivo em Manaus e evitando maiores transtornos à população.
Entenda
A paralisação do transporte coletivo em Manaus, começou ontem (quinta-feira, 11), mas voltou à normalidade ao final do dia. Nesta sexta, 12 de setembro, outra mobilização tomou conta das ruas e deixou cerca de 500 mil passageiros sem alternativa para chegar a compromissos pessoais, de estudo e de trabalho.
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Segundo as informações, o ato dos rodoviários ocorreu em protesto contra atrasos no pagamento de salários e benefícios, mas quem depende do serviço relatou prejuízos significativos.
De acordo com o governador Wilson Lima (UB), a Prefeitura de Manaus é a principal culpada pelas manifestações. David Almeida (Avante), contudo, nega.
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“É bom deixar claro que transporte público, transporte coletivo, é de responsabilidade da Prefeitura e não do Governo do Estado do Amazonas. […] Fizemos o depósito em juízo: R$ 19 milhões foram destinados ao Passe Livre Estudantil para garantir que o aluno tenha a gratuidade. Só que, até hoje, não conseguiram acessar esses recursos. Sabe por quê? Porque a certidão está negativa — e isso não é responsabilidade do Estado”, disse Lima.
Veja a decisão na íntegra: