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quarta-feira, setembro 3, 2025

Entre apoio e críticas, eleitores amazonenses se posicionam sobre processo contra Bolsonaro

Na análise do especialista Helso Ribeiro, o julgamento de Bolsonaro também pode redefinir cenário político para 2026

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O processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), tem divido opiniões entre eleitores do Amazonas. Na segunda-feira (2), o Supremo deu início ao julgamento contra o ex-presidente que, se condenado, pode responder por tentativa de golpe de Estado.

No cenário político, os parlamentares e apoiadores de direita e esquerda divergem sobre o julgamento de Jair Bolsonaro no STF e, essa polarização não seria diferente entre os eleitores.

O Convergente fez uma pesquisa com eleitores para buscar o posicionamento dos meses com relação a opinião sobre o julgamento de Bolsonaro. De 5 eleitores ouvidos pela equipe de reportagem, três concordam com o julgamento, um é contra e o outro se absteve.

A equipe de reportagem fez o questionamento: “Qual a sua opinião sobre o julgamento de Bolsonaro?”. Em resposta, três eleitores alegaram que o julgamento contra o ex-presidente no STF é justo.

“Todos devem ser julgados. Ninguém deve estar acima da lei”, alegou um eleitor. “Um julgamento justo. Houve uma tentativa de golpe que, só não foi consumado por recusa dos comandantes”, avaliou outro eleitor. “Está condenado. Passará três dias na prisão para refletir”, opinou.

Apenas um eleitor alegou que o julgamento contra Bolsonaro é ‘uma vergonha para o povo brasileiro’. De acordo com ele, o processo teria sido arquitetado pelo STF: “Uma vergonha pro povo brasileiro aceitar um julgamento desse aí, arquitetado pelo Supremo. […] Vemos a ignorância do povo ainda, muita gente ainda aplaudindo, elogiando, parabéns. Essas narrativas do PT da esquerda. […] É como as pessoas falam, a arrogância precede a queda, eles mesmo vão se destruir, vão se autodestruir”.

O eleitor que se absteve de tomar um partido ainda alegou que gostaria que o presidente Lula (PT) estivesse inelegível. “Queria era ele e o Lula inelegíveis para ver se vinha coisa que preste”, disse.

Especialista comenta

De acordo com o analista político Helso Ribeiro, o julgamento contra Bolsonaro no STF vai nortear ações dos políticos, principalmente do Congresso Nacional.

Conforme explicou o analista, até esta terça-feira (3), nenhum advogado dos réus tem abordado que o julgamento seria uma ‘injustiça’: “Pelo contrário: as sustentações, nesses dois primeiros dias, foram extremamente técnicas”.

Para ele, a análise dos advogados nos dois primeiros dias de julgamento mostra que o discurso político da direita – que alega perseguição contra Bolsonaro -, não se alinha com o que está sendo efetivamente defendido dentro do Supremo Tribunal Federal.

“Esse julgamento vai mexer com o cenário político. Ele tende a acirrar ainda mais a visão dual, maniqueísta, que temos visto. Vamos observar até que ponto os aliados mais fiéis de Bolsonaro vão conseguir manter a mesma força que tiveram nas últimas eleições”, avaliou.

Ribeiro ainda apontou que o julgamento pode mexer com o cenário político para as eleições 2026: “As pesquisas mostram que, no mano a mano, o presidente Lula ainda aparece como favorito. Mas há a possibilidade do surgimento de uma nova frente — talvez formada por governadores ou até pela federação União Brasil e Progressistas, que reúne um bloco forte do centrão”.

Quem são os réus?

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Crimes
Os réus respondem no Supremo pelos crimes de:

  • Organização criminosa armada,
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito,
  • Golpe de Estado,
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça,
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Leia mais: ‘Onde está o golpe?’: parlamentares da direita no AM criticam julgamento de Bolsonaro no STF

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