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terça-feira, setembro 2, 2025

Julgamento de Bolsonaro no STF representa fortalecimento das instituições brasileiras, afirma especialista

Professor da Ufam destaca que o processo contra Bolsonaro e aliados fortalece as instituições brasileiras

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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A análise do caso, considerada histórica, envolve crimes como organização criminosa, incitação à ruptura do Estado Democrático de Direito e tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.

De acordo com o pesquisador e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Renan Albuquerque, o julgamento simboliza um marco para a democracia brasileira.

“Temos um julgamento histórico de Bolsonaro e do grupo que participou, junto a ele, de uma tentativa de golpe. Isso está sendo julgado e é histórico. O Brasil fez um trabalho que os Estados Unidos não fizeram. Quando houve a tentativa de quebra do Estado Democrático de Direito no Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, os responsáveis pouco foram condenados. No Brasil, é diferente: muita gente já cumpre pena, e o alto escalão do 8 de janeiro de 2023 está sendo julgado. É uma questão histórica”, destacou.

O especialista ressaltou ainda que o processo reforça a autonomia dos três poderes. “Isso representa um exemplo que o Brasil está dando ao mundo, no contexto do seu Judiciário, e de como os três poderes trabalham juntos, mas têm autonomia. Isso só foi possível devido a um Estado forte, que entende a democracia como seu principal pilar de verdade, justiça e reparação”, afirmou.

Quem são os réus

Além de Bolsonaro, também respondem ao processo:

  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de 2022.

  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – ex-comandante do Exército.

  • Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha.

  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.

  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.

  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin.

  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

As acusações têm como base investigações da Polícia Federal, que apontaram a existência de um plano articulado para impedir a posse do presidente eleito em 2023.

Sobre o julgamento

O caso está sendo analisado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. As sessões estão agendadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, sempre a partir das 9h.

O rito segue o modelo de uma ação penal:

  1. Leitura do relatório pelo ministro relator, com resumo das denúncias e provas.

  2. Sustentações orais da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas.

  3. Votação de cada ministro, iniciando pelo relator.

  4. Definição da pena, caso haja condenação, que pode chegar a até 12 anos de prisão por tentativa de golpe, além de outras sanções.

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