As investigações da fraude bilionária do pagamento dos beneficiados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) continuam na Polícia Federal. Até o momento, as autoridades apontaram suspeita de participação dos investigados, entre eles ex-dirigentes da alta cúpula do INSS, além de sindicatos que estariam, supostamente, auxiliando no desvio bilionário e, entre os sindicatos, estaria o de Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT).
As investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal foram divulgadas nas últimas semanas. As evidências apontam a possível existência de um esquema de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas. O cálculo é que entidades investigadas tenham descontado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Na última semana, a Justiça Federal deu 48 horas para que o governo Lula e o INSS se pronunciassem sobre o caso. Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) para solicitar a prisão preventiva de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente.
Segundo a investigação, dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para facilitar a inclusão de descontos nos contracheques de aposentados, com o apoio de associações de fachada que viabilizavam o esquema de desvio.
Confira quem são os principais investigados:
– Alessandro Stefanutto, presidente demitido do INSS;
– Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do INSS;
– Frei Chico [irmão de Lula], vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi);
– Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
– Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
– Jacimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios;
– Philipe Coutinho, policial federal que trabalhava no Aeroporto de Congonhas e teria dado apoio a outros investigados.
A investigação ainda aponta demais pessoas suspeitas de pessoas ligadas ao esquema, como é o caso do empresário Antônio Carlos Camilo. Segundo a PF, ele é apontado como o lobista que articulava repasses e lavava dinheiro por meio de empresas.
CPMI do INSS
O Congresso Nacional protocolou um pedido de CPMI para investigar as fraudes no INSS. O pedido tem as assinaturas de 36 senadores e de 223 deputados, mais que o mínimo exigido para requerer esse tipo de comissão, que é de 27 senadores e 171 deputados , um terço da composição de cada Casa legislativa.
A criação da comissão depende da leitura do pedido pelo presidente durante sessão conjunta do Congresso.
No pedido de criação da comissão, as parlamentares lembram que as investigações da Policia Federal e da Controladoria-Geral da União apontaram, em abril, a existência de um esquema de cobrança de mensalidades irregulares descontadas dos benefícios de aposentados e de pensionistas sem autorização.
A CPMI deve ser formada por 15 deputados e 15 senadores titulares, com o mesmo número de suplentes. O prazo previsto para os trabalhos é de 180 dias. As despesas são estimadas em R$ 200 mil.
*Da Redação com informações do UOL e CNN
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