O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira, 18, que se licenciará do cargo e permanecerá nos Estados Unidos, onde está há 19 dias. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar afirmou que seu objetivo é buscar punições contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a quem atacou duramente.
Na gravação, Eduardo Bolsonaro acusou Moraes e a Polícia Federal de agirem como uma “Gestapo” — termo que faz referência à polícia secreta do regime nazista. O deputado declarou:
“Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. Assim sendo, da mesma forma que eu assumi o mandato parlamentar para representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele.”
O parlamentar continuou: “Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e sua gestapo da Polícia Federal merecem”.
Eduardo Bolsonaro ainda afirmou que sua licença será temporária e que abrirá mão de seu salário de R$ 46.366,19 durante o período afastado. O deputado foi o terceiro mais votado em São Paulo nas eleições de 2022, com 741.701 votos, ficando atrás de Guilherme Boulos (PSOL) e Carla Zambelli (PL).
Licença em meio a investigação no STF
A licença de Eduardo Bolsonaro ocorre em um momento de tensão no campo político. A oposição apontou que o deputado poderia usar a Comissão de Relações Exteriores como palanque para críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe e de outras investigações envolvendo a família Bolsonaro.
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Recentemente, o Partido dos Trabalhadores (PT) ingressou com um pedido no Supremo Tribunal Federal para que o passaporte de Eduardo fosse apreendido, sob a acusação de suposto atentado à soberania nacional.
Segundo bastidores, a possibilidade de sua prisão e o cerco jurídico contra aliados do ex-presidente podem ter motivado sua decisão de deixar o Brasil.