31.3 C
Manaus
sábado, fevereiro 22, 2025

Juiz e desembargador do Amazonas são afastados por decisões que causaram prejuízo milionário à Eletrobras

Ministro Mauro Campbell ordenou o lacre dos gabinetes dos magistrados no TJAM e a apreensão de seus dispositivos eletrônicos

Por

Uma determinação dessa sexta-feira, 21, do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, afastou de suas funções o juiz Jean Pimentel, da comarca de Presidente Figueiredo, e o desembargador Elci Simões, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Os magistrados são responsáveis por decisões judiciais que levaram a um prejuízo de cerca de R$ 150 milhões à Eletrobras. A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

A medida faz parte de uma investigação sobre possíveis irregularidades no processo que autorizou o pagamento de valores a um homem, identificado como Bruno Thomé, que reivindicava títulos de crédito emitidos na década de 1970.

A polêmica teve início quando o homem, mesmo tendo nascido em 1985, solicitou judicialmente o pagamento de valores relacionados a esses títulos. A Eletrobras contestou a decisão, levando o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que posteriormente determinou a devolução da quantia paga, levantando suspeitas de fraude.

Além do afastamento, de acordo com a coluna, Campbell ordenou o lacre dos gabinetes dos magistrados no TJAM e a apreensão de seus dispositivos eletrônicos, incluindo notebooks, celulares e tablets funcionais. Os equipamentos serão analisados por uma equipe do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio da Polícia Federal.

Veja o momento em que os gabinetes são lacrados:

A investigação também se estenderá à Vara Única de Presidente Figueiredo, onde Jean Pimentel atuava. Todos os servidores da unidade terão seus acessos aos sistemas judiciais suspensos até que as apurações sejam concluídas.

Ainda segundo O Globo, o corregedor Mauro Campbell classificou as circunstâncias do caso como “estarrecedoras”. Ele destacou a rapidez incomum na tramitação do processo, que resultou na liberação dos R$ 150 milhões sem uma análise detalhada da validade dos títulos e da legitimidade do beneficiário.

Outro ponto que chamou atenção foi a escolha de Presidente Figueiredo como foro da ação, mesmo com a sede da Eletrobras e outros envolvidos localizados em Manaus. O juiz Jean Pimentel teria autorizado o pagamento em menos de uma hora após o pedido dos advogados de Thomé, segundo o jornal. O desembargador Elci Simões inicialmente suspendeu o pagamento, mas depois voltou atrás, permitindo a liberação dos valores.

Tjam

O Convergente entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) e solicitou um posicionamento sobre o afastamento dos magistrados. Até a publicação, sem retorno. Segundo veiculado na imprensa local, por outro lado, o Tjam chegou a afirmar que dará o devido cumprimento da decisão, observando todas as determinações estabelecidas.

A reportagem também entrou em contato com a Eletrobras para solicitar manifestação sobre o caso. Ao Convergente, a empresa informou que divulgou, no último dia 12/02, um comunicado (anexo) com todas as informações sobre o histórico do processo e que, no momento, não tem novos comentários sobre o caso.

“No momento, não temos novos comentários, mas seguimos à disposição para qualquer esclarecimento futuro”, destacou, em nota.

Confira, na íntegra, o comunicado da Eletrobras:

Comunicado ao Mercado - Decisão em Processo de Obrigações ao Portador do Estado do Amazonas

 

Fique ligado em nossas redes

Você também pode gostar

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img

Últimos Artigos

- Publicidade -