Na primeira sessão plenária da semana, os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) questionaram, nesta segunda-feira (17), a Prefeitura de Manaus sobre a responsabilização dos agentes que agiram contra uma comerciante no Centro de Manaus.
Na última semana, imagens registraram uma ação dos fiscais da Prefeitura de Manaus jogando mercadorias de uma imigrante haitiana em uma abordagem violenta, conforme noticiou O Convergente. As imagens circularam nas redes sociais e causou mobilização de alguns parlamentares e revolta na população pelo modo como os agentes municipais realizaram a ação.
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Nesta segunda-feira, alguns vereadores de Manaus se posicionaram sobre o assunto e cobraram ações da gestão do prefeito David Almeida (Avante), além de questionarem se os agentes que atuaram na ação serão responsabilizados.
O vereador Capitão Carpê (PL) foi o primeiro parlamentar a comentar sobre o assunto. O vereador ainda pontuou que o que lhe deixou ‘perplexo’ foi o silêncio de alguns colegas da CMM que não comentaram sobre o caso.
“Queremos saber quais foram as ações que a prefeitura de Manaus tomou com aqueles funcionários […]. Foi uma vergonha, falta de educação e respeito. Truculentos, esculachando uma senhora! […] O que mais me deixou perplexo foi o silêncio de muitos vereadores dessa Casa, que sequer comentaram sobre o caso. Estão tão cegos em defender o indefensável!”, disse.
O vereador Sargento Salazar (PL) também cobrou uma responsabilização aos fiscais e questionou se a Prefeitura de Manaus tomará providências contra os servidores.
“Se fosse na polícia, no outro dia era aberto um ato administrativo […]. Eu quero saber o que o prefeito de Manaus vai fazer contra esses funcionários da prefeitura que fizeram isso com essa trabalhadora. O vice-prefeito já foi feirante um dia e sabe o sofrimento que essas pessoas passam”, afirmou.
Na tribuna, a vereadora Professora Jacqueline (UB) comentou sobre a ação dos agentes contra uma mulher. “O cargo de fiscal não dá o poder de fazer o massacre que fizeram com aquela senhora, a forma como fizeram […]. A abordagem, uma força desproporcional com uma mulher”, pontuou.
O vereador Paulo Tyrone (PMB) também discursou na tribuna e repudiou a ação dos fiscais da Prefeitura de Manaus. o vereador ainda ressaltou que alguns agentes políticos se calaram diante dos fatos.
“Não tem nenhum maluco aqui para defender a ação da Secretaria de Mercados e Feiras com aquela senhora. A Prefeitura tem a obrigação de reparar os danos daquela senhora. Mas, o que me estranha é o silêncio de alguns agentes políticos”, disse.
O que diz a Prefeitura?
Em nota, a Prefeitura de Manaus afirmou que a situação que ganhou repercussão tem relação com comerciantes que “insistiram em ficar irregulares”. De acordo com a gestão, os comerciantes que trabalham no Centro da capital teriam sido avisados de que a insistência em trabalhar na região levaria à apreensão das mercadorias.
“A senhora abordada no vídeo é de nacionalidade haitiana. Como política de inclusão, a prefeitura já disponibiliza um espaço conhecido como ‘Feira do Migrante’, localizado na rua Rocha dos Santos, no Centro, dedicado a ambulantes de outras nacionalidades”, diz um trecho da nota.
A nota da Prefeitura ainda pontua que devem ser tomadas medidas administrativas, mas não informou se os fiscais devem ser responsabilizados.
“Quaisquer excessos não contam com a anuência da gestão. Medidas administrativas, além da revisão de procedimentos de abordagem, serão tomadas e estendidas para todas as equipes de fiscalização da prefeitura”, finalizou.
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