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domingo, janeiro 26, 2025

Mesmo com MPF contrário, Petrobras aguarda autorização para explorar Foz do Amazonas ainda no 1º trimestre

MPF já se posicionou contrário à licença ambiental para a petrolífera explorar a região

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Apesar do Ministério Público Federal (MPF) já se posicionar contrário à exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, a Petrobras espera obter, ainda no primeiro trimestre, a licença ambiental necessária para iniciar a perfuração de um poço de petróleo região, conhecida também como Margem Equatorial. A conclusão do Centro de Reabilitação e Despetrolização da Fauna (CRD), localizado em Oiapoque, no Amapá, é o último passo exigido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para conceder a permissão.

“Estamos aguardando essa licença há uma década. Desistir não é uma opção. Temos plena confiança na segurança de nossas operações”, afirmou Sylvia dos Anjos, diretora de exploração e produção da Petrobras, em declaração ao Valor Econômico. A fala ocorreu durante a assinatura do contrato para a construção do Centro Científico e Cultural da Urca, em parceria com o Serviço Geológico Brasileiro (SGB).

Veja também: Ibama recebe recomendação do MPF para negar pedido de exploração de petróleo na Foz do Amazonas

A exploração na Margem Equatorial é vista pela Petrobras como uma prioridade estratégica, tanto pela perspectiva de expansão econômica quanto pela garantia da autossuficiência energética do Brasil. A petrolífera, por outro lado, encontra impasses para obter a licença para atuar na região. Em 2023, o MPF chegou a enviar recomendação para que o Ibama negue um pedido de reconsideração da empresa e mantenha a decisão de indeferir o licenciamento ambiental.

O Greenpeace também já alertou que o grau de impacto ambiental da exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas é de nível máximo, de acordo com avaliação do próprio Ibama.

Veja também: Ministro diz que está em fase ‘quase final’ para obter licença para explorar petróleo na Foz do Amazonas

Além disso, na região da Bacia da Foz do Amazonas estão localizadas as Terras Indígenas dos povos Karipuna, Palikur-Aruk Wayne, Galibi Marworno e Galibi Kaliña, localizados no município de Oiapoque, no Amapá.

Em setembro do ano passado, contudo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o país está próximo de obter o documento. “O governo quer cumprir rigorosamente toda legislação ambiental e está em fase quase que final de avançar na possibilidade de, primeiro diagnosticar as nossas riquezas na margem equatorial, e depois, soberanamente, decidir sobre essa exploração”, disse Alexandre Silveira, na época.

Perfuração

Nesta semana, embora as críticas, a diretora Sylvia dos Anjos falou sobre as expectativas para a obtenção da licença e destacou que espera ter o documento ainda neste primeiro trimestre do ano. Ela afirmou ainda que a sonda destinada à perfuração do poço precisará passar por um processo de limpeza no casco antes de ser transportada para a Margem Equatorial, o que deverá levar cerca de dois meses.

A executiva ressaltou que a exploração na Foz do Amazonas é essencial para renovar as reservas de petróleo da Petrobras, evitando a crescente dependência de importações. Ela também mencionou a expectativa de redução na extração do recurso nos próximos anos, o que aumenta a urgência de novos projetos.

Entenda

A Foz do Amazonas é um pedido antigo da Petrobras, que busca a licença ambiental para concessão de autorização para perfuração de poços em busca de petróleo na região. Em outubro do ano passado, o Ibama chegou a solicitar novamente à petrolífera novos esclarecimentos em relação ao processo.

A Bacia da Foz do Amazonas ocupa uma faixa no território marítimo que se estende entre a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa até onde a Baía do Marajó divide o arquipélago da costa paraense. Na região está o bloco exploratório de petróleo e gás natural FZA-M-59, centro da polêmica entre a Petrobras e o Ibama.

O bloco é parte da chamada Margem Equatorial, que comporta cinco bacias sedimentares: Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, além da Foz do Amazonas. Por meio de avaliações com métodos indiretos como levantamento sísmico, sem que haja perfuração, foram identificados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de 41 blocos com potencial de exploração, sendo que atualmente 34 estão sob concessão, e nove para exploração na Foz do Amazonas, sem descobertas em avaliação.

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