Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas por comentários sobre uma PEC que tramita na Câmara Federal e tem como objetivo acabar com a escala 6×1. Nesta segunda-feira (11), o tema foi pauta de discurso de um vereador da Câmara Municipal de Manaus, que fez um desafio aos demais colegas.
A PEC é de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), que propõe o fim da escala de trabalho 6×1, no qual o trabalhador trabalha seis dias por semana e tira apenas um dia de folga.
O assunto foi debatido na CMM pelo vereador Sassá da Construção Civil (PT), que afirmou ser a favor da PEC. No entanto, de acordo com ele, caso a PEC seja aprovada, deve servir apenas para alguns setores trabalhistas, como a classe da construção civil.
“É muito difícil, essa lei para a construção civil é acabar de matar os trabalhadores. O motorista de ônibus trabalha seis dias e folga um, isso não é justo. Quando você trabalha no sábado, você vai se você quiser, é hora extra […], mas se essa lei for aprovada, a construção civil trabalha no sol, na chuva, no final da tarde eles estão quebrados. E aí, como fica você vê sua família no final de semana?”, questionou.
Ainda de acordo com o vereador, os políticos têm privilégios no modo de trabalho. Em três dias da semana, os políticos se reúnem em sessões plenárias para discursarem , votarem em projetos de leis, requerimentos e moções. Nos outros dias da semana, os parlamentares trabalham em seus respectivos gabinetes.
“Faço um desafio para os deputados federais e senadores: essa lei tem que ser para os vereadores, para os deputados estaduais, deputados federais. Nós trabalhamos sentados na Câmara, ninguém trabalha arrancando toco e enxada na mão em sol quente e na chuva”, disse.
No discurso do vereador, ele afirmou que ‘às vezes’, os trabalhadores merecem tais condições porque votam em políticos que não defendem a classe. “Queria que eles fossem macho e aprovasse essa lei para nós, seis dias trabalhando. Mas não para o trabalhador que fica no sol quente, no Distrito Industrial, na montagem e em outros setores. Isso não é justo. Mas o trabalhador merece as vezes, porque está votando para um cara lascar ele”, pontuou.
Ao finalizar o discurso, Sassá fez um desafio na tribuna da CMM para que os políticos – não somente os vereadores de Manaus – comecem a trabalhar na escala 6×1.
“Faço um desafio para Câmara Federal, para o judiciário e para os senadores: Botem essa lei aqui para trabalhar seis dias. Nós políticos e judiciário, porque nós temos condições de trabalhar!”, disparou.
Para a PEC ser aprovada na Câmara, deve conter 171 assinaturas. Até o momento, a PEC que pede o fim da escala possui 71 assinaturas.
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