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sábado, novembro 23, 2024

Anielle Franco confirma ter sido vítima de importunação sexual por Silvio Almeida; substituta do ministro pede demissão

Rita Cristina de Oliveira, que assumiria o cargo mais alto da pasta no lugar de Silvio Almeida, exonerado nesta sexta-feira (6), pediu demissão. A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, vai assumir de forma interina a pasta dos Direitos Humanos até a definição de um novo titular

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Com a repercussão do caso de assédio envolvendo o ministro Silvio Almeida, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, que ganhou grande proporção no cenário político federal e no país, Lula ficou “entre a cruz e a espada” e teve que agir. Antes de ser ouvida pelo presidente, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, envolvida na situação, confirmou a colegas ministros no Palácio do Planalto que foi vítima de assédio e importunação sexual por Almeida.

Ao tomar conhecimento do caso em seu governo, Lula, ainda na manhã desta sexta-feira (6), durante agenda em Goiânia, afirmou em entrevista a uma rádio local que quem pratica assédio “não permanece no governo”.

“Eu não posso permitir que tenha assédio. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Nós vamos ter que apurar corretamente, mas acho que não é possível a continuidade [de Almeida] no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, à defesa inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, afirmou Lula.

Ao retornar a Brasília durante a tarde, Lula teve reuniões para tratar do caso com os ministros Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União; Vinicius Carvalho, da Controladoria-Geral da União; e Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública.

Lula conversou com os ministros Silvio Almeida e Anielle Franco sobre o caso instaurado em seu governo. O presidente não se manifestou publicamente; porém, foi emitida nota pela Secretaria de Governo.

“O Governo Federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, diz a nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).

No início da noite, Lula demitiu Silvio Almeida do cargo por conta do caso. “O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo, considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou o Planalto em nota.

A Polícia Federal iniciou de ofício um protocolo de investigação sobre o caso. Simultaneamente, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu um procedimento preliminar para apurar os fatos.

Crise no governo?

A número dois do Ministério dos Direitos Humanos, Rita Cristina de Oliveira, que assumiria o cargo mais alto da pasta no lugar de Silvio Almeida, exonerado nesta sexta-feira (6), pediu demissão. Em uma rede social, a ex-funcionária do ministério declarou lealdade, respeito e apoio ao ex-ministro.

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Foto: Reprodução/Instagram/@ritacrisoliv

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, vai assumir de forma interina a pasta dos Direitos Humanos até a definição de um novo titular.

Leia mais: Zanin reafirma 30% de recursos para candidaturas negras em decisão crucial no STF
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Por Ronaldo Menezes
Ilustração: Nairle Cipriano
Revisão: Letícia Barbosa

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