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segunda-feira, julho 8, 2024

Desembargador chama mulheres de ‘loucas’ e alega: “Estão assediando os homens”

O comentário ocorreu quando a Corte julgava uma medida protetiva que proíbe um professor de se aproximar de uma aluna de 12 anos

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Durante a sessão da corte do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), nesta semana, o desembargador Luis Cesar de Paula Espindola afirmou que “as mulheres estão loucas atrás de homens”. O comentário ocorreu quando a Corte julgava uma medida protetiva que proíbe um professor de se aproximar de uma aluna de 12 anos.

Na sessão presidida por Espindola, os desembargadores julgavam um recurso de um professor de uma escola pública do interior do estado, que solicitava a derrubada da medida protetiva.

A decisão levou em conta mensagens enviadas pelo professor no meio da aula para a aluna. O professor também foi investigado e absolvido na área criminal por suspeita de ter importunado a criança.

Por quatro votos a um, a Corte decidiu manter a medida protetiva. O voto contrário foi do presidente. Ao justificar o voto, Espindola disse que não concorda com a atitude, mas que não há provas contra o professor.

“Muito embora essa conduta, né, para alguns não seja própria e eu até concordo que para mim não seria próprio, mas hoje em dia, a relação aluno e professor, sabe, a gente vê, não só… Lá é uma comarcazinha pequena, do interiorzão, todo mundo se conhece, sabe? É diferente de uma assim… de uma Curitiba da vida, sabe, ou de uma cidade maior”, disse o presidente da Corte.

Logo após o resultado, a desembargadora Ivanise Trates Martins, que não fazia parte do quórum, se manifestou. “Nós, mulheres, sofremos muito assédio desde criança, na adolescência, na fase adulta, e há um comportamento masculino lamentavelmente na sociedade que reforça esse machismo estrutural, ou que hoje a gente chama de machismo estrutural, que é poder olhar, piscar, mexer, dizer que é bonitinha, ‘uma sua roupa tá com você, tá?’ Puxa esse jeitinho de fazer de conta que tá elogiando, mas que, nós mulheres, percebemos a lascívia quando os homens nos tratam dessa forma”, afirmou.

Depois do discurso da desembargadora, o presidente da Corte voltou a se pronunciar sobre o assunto e chamou o processo de ‘feminista desatualizado’.

“Se essa vossa excelência sair na rua hoje em dia o que quem tá assediando, quem está correndo atrás de homens são as mulheres, porque não tem homem, sabe? Esse mercado é um mercado que está bem diferente. Hoje em dia sabe o que o que existe, essa é a realidade as mulheres estão loucas atrás dos homens, porque são muito poucos sabe? Esse é o mercado… É só sair à noite, eu não saio muito à noite, mas eu eu conheço, tenho funcionárias, tenho sabe… tenho contato com o mundo. Nossa, a mulherada tá louca atrás do homem sabe? Louca para levar um elogio, uma piscada, sabe? Uma cantada educada, porque elas é que estão cantando, elas que estão assediando, porque não tem homem, essa é a nossa realidade hoje em dia, não só aqui no Brasil sabe? Isso é óbvio, né?”, comentou.

Nota

Depois do episódio, e a repercussão da fala, o desembargador Luis Cesar Espindola emitiu uma nota pública e afirmou que não teve a intenção de menosprezar as mulheres.

“Esclareço que nunca houve a intenção de menosprezar o comportamento feminino nas declarações proferidas por mim durante a sessão da 12ª Câmara Cível do tribunal, afinal, sempre defendi a igualdade entre homens e mulheres, tanto em minha vida pessoal quanto em minhas decisões. Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todas e todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão.”

*Com informações do G1

Leia mais: Processo contra promotor que associou advogada à cadela é arquivado pelo CNMP

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