A distribuição de cargos no Senado Federal tem gerado clima de desentendimento entre senadores no parlamento. Um dos assuntos que tem esquentado a cena política na capital federal, segundo bastidores, é o rompimento do bloco parlamentar que o Partido dos Trabalhadores (PT) mantinha com o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB). A notícia foi divulgada pelo Metrópoles.
Segundo o colunista Igor Gadelha, senadores petistas afirmam que a decisão para desfazer a aliança entre os partidos foi principalmente motivada por disputas de cargos na estrutura da Casa. Criado em fevereiro de 2023, o ‘Bloco Parlamentar da Resistência Democrática’ reúne 27 senadores de diversas siglas.
O Bloco Parlamentar da Resistência Democrática (PSD/PT/PSB) tem suas atribuições institucionais. Aos gabinetes dos senadores e das lideranças compete assessorar diretamente o titular na atividade legislativa, parlamentar, fiscalizadora, política e de comunicação social, bem como providenciar o suporte administrativo e logístico necessário à sua atuação.
A aliança, composta por 27 senadores e que visava fortalecer laços progressistas no Senado, enfrentou turbulências devido a disputas internas por posições estratégicas na estrutura e nas comissões da Casa. O PSD, que possui o maior número de parlamentares no grupo, acabou obtendo a maioria dos cargos, o que causou descontentamento entre os senadores petistas.
Devido à insatisfação com os partidos, o Partido dos Trabalhadores viabilizou, nas últimas semanas, a formação de um novo bloco com o Partido Socialista Brasileiro, que possui menos senadores. Porém, as conversas não tiveram um desfecho positivo e, na última hora, os senadores do PSD recuaram da tratativa, abandonando o PT e enfraquecendo o apoio que buscava para a criação exclusiva do novo grupo entre as duas siglas.
PT muda estratégia
Sem acordo com o PSD, o PT busca uma nova estratégia. Com o recuo, voltou suas apostas nos partidos do centrão. Senadores petistas agora dialogam para construir este novo bloco parlamentar. Ainda de acordo com bastidores do parlamento, a estratégia envolve negociar com pelo menos duas siglas centristas ao mesmo tempo, visando recuperar sua influência no Senado.
Posições PT e PSB
O Convergente entrou em contato com o senador Omar Aziz, presidente do diretório estadual do PSD, solicitando uma nota de esclarecimento sobre o assunto. A assessoria de comunicação do senador foi questionada sobre seu posicionamento em relação a esse rompimento e se isso impacta sua atuação no Senado. A reportagem ainda não recebeu retorno e aguarda direito de resposta.
O PT também foi contatado para comentar sobre o assunto. Por meio de aplicativo de mensagem instantânea, a assessoria de comunicação do PT no Senado informou que “a bancada não vai comentar o tema.”
Ilustração: Giulia Renata
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