O primeiro debate político dos pré-candidatos a prefeito de Manaus foi palco de um embate entre os dois concorrentes, que discutiram sobre o assassinato de Marielle Franco (PSOL). O advogado Marcelo Amil, representante do PSOL, deu uma ‘alfinetada’ no deputado Alberto Neto por ter sido contrário à manutenção da prisão do ex-deputado Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ).
Ao ser questionado pelo deputado federal sobre os problemas da infraestrutura para Manaus, Amil fugiu um pouco do tema e aproveitou a oportunidade para incluir a violência contra a mulher negra, especialmente referindo-se à vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 2018.
O advogado, que faz parte do quadro da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas, fez um contraponto entre Marielle e a violência em Manaus, justificando que a postura do gestor público deve ‘ser condenatória’.
“Quem se cala quanto a isso, está concordando com isso”, disse Marcelo Amil a Alberto Neto, por ter votado contra a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, por suspeita de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco e do Motorista Anderson Gomes.
Questionado pelo O Convergente sobre os apontamentos de Amil, Alberto Neto disse ao final do debate que os contra-ataques fazem parte do jogo político.
“Faz parte do debate político. Ele é do PSOL, tem o viés da esquerda. Eu vim aqui para defender a gestão que é tão ruim quanto a atual gestão do Prefeito David Almeida (Avante) e essa gestão atual do governo Lula (PT) que entregou com o déficit fiscal de R$ 250 bilhões. […] E eu não sei por que ele quer prestar esse papel ridículo de defender um governo (Lula) tão incompetente”, respondeu Neto aos apontamentos de Amil.
Antes do debate, o deputado federal pontuou que Brazão ‘apodreça na cadeia’, mas justificou, em coletiva à imprensa, que votou contra a manutenção da prisão do ex-deputado, afirmando que obedeceu às prerrogativas da Constituição Federal.”
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Votação da prisão de Brazão na CCJ
Os deputados membros da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), votaram pela aprovação, na última quarta-feira (10) pela aprovação, da permanência do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), na prisão. O placar encerrou em 39 a 25, após cinco horas de votação. Apenas um parlamentar absteve o voto.
O ex-parlamentar que está preso em um presídio de segurança máxima, em Campo Grande (MS), foi preso no dia 24 de março, no Rio de Janeiro. Além dele, o irmão dele, o conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e o delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, atuou no planejamento e para atrapalhar investigações, também foram presos, após decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com exclusividade para O Convergente, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) comentou sobre o posicionamento da bancada do PSOL em votar contra a soltura do deputado Chiquinho Brazão, preso após ser apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Antes da votação, a deputada ressaltou que a Câmara não poderia aceitar a “covardia” de conceder a liberdade ao deputado. A parlamentar também falou sobre o posicionamento da bancada do PSOL na votação, uma vez que era a sigla de Marielle Franco.
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Ilustração: Marcus Reis