O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema público de saúde. A investigação apura a falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19.
No desfecho das investigações, além de Bolsonaro, a corporação identifica comportamento inadequado por parte de Mauro Cid. Segundo informações da PF, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de confiança no governo Bolsonaro, e o congressista federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) também estão sob escrutínio. O encaminhamento para o Ministério Público, decorrente do indiciamento pela PF, significa que a decisão sobre a apresentação de acusação ou o arquivamento do caso fica a cargo do Ministério Público.
Durante o mandato, Bolsonaro optou por não divulgar se recebeu a vacina contra a covid-19. Quando questionado através da Lei de Acesso à Informação, o governo estabeleceu um sigilo de até cem anos sobre os dados, argumentando que isso dizia respeito à privacidade do ex-presidente.
Em janeiro de 2023, um coletivo de crackers vazou um cartão de vacinação que alegadamente pertencia a Bolsonaro. O documento mostrava um registro de vacinação contra a covid-19, indicando que a dose foi administrada em uma instituição de saúde em São Paulo, em 19 de julho de 2021.
Mauro Cid foi detido em maio do mesmo ano, devido a suspeitas de envolvimento em um caso de falsificação. De acordo com informações da PF naquela ocasião, a falsificação visava facilitar a entrada de Jair Bolsonaro nos Estados Unidos.
Também foram indiciados Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid, João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias e Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro.
Gabriela Santiago Cid, cônjuge de Mauro Cid, João Carlos de Sousa Brecha, que na época atuava como secretário de Governo de Duque de Caxias, e Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro, também foram implicados.
O relatório será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a apresentação da denúncia à Justiça. Bolsonaro enfrenta acusações de associação criminosa e inserção de informações falsas em sistema público.
Foto: Roberto Suguino/Agência Senado
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