26.3 C
Manaus
quinta-feira, novembro 21, 2024

Sessão da CMM é suspensa após conflitos entre vereadores por inversão de pauta

As discussões ocorreram após o vereador Marcelo Serafim alegar insensibilidade por parte da base governista devido a ausência de vereadores no plenário

Por

A primeira sessão plenária da semana da Câmara Municipal de Manaus (CMM) durou cerca de 30 minutos, nesta segunda-feira (18). Durante meia hora, os vereadores de Manaus entraram em conflito devido ao pedido de inversão de pauta do líder do governo, enquanto a maioria dos vereadores estavam no velório da mãe do vereador Rosivaldo Cordovil.

Ao iniciar a sessão, o plenário fez um minuto de silêncio em homenagem a mãe do vereador de Manaus. Logo após isso, o vereador Eduardo Alfaia (PMN), líder da base, sugeriu a inversão de pauta, uma vez que os parlamentares estavam ficando até o início da tarde no plenário por conta das votações.

“Na última sessão que tivemos, o senhor solicitou a inversão da pauta, gostaríamos de solicitar essa inversão de pauta, para que pudéssemos dar essa evasão aos projetos que estão ficando acumulados”, disse.

O presidente da CMM Caio André (UB) explicou que, realmente, a inversão da pauta havia sido acordada. No entanto, devido ao falecimento da mãe do vereador, a Mesa Diretora optou pela não inversão. “Em função do falecimento da mãe do vereador Rosivaldo Cordovil, ele e outros vereadores se encontram no velório, então a Mesa decidiu manter o horário da Ordem do Dia, mas se vossa excelência insistir, podemos colocar em votação”, explicou.

O vereador Marcelo Serafim (PSB) pediu questão de ordem e criticou o pedido do colega de Casa Legislativa ao solicitar a inversão da pauta, visto que muitos vereadores não se encontravam no plenário. “É uma questão de respeito, tem vários colegas no velório. Quero lamentar algumas posturas, posteriormente fora do microfone conversarei. Mas, acho que no dia de hoje, com o falecimento da mãe de um vereador, inverter a pauta com vários colegas no velório, é um equívoco. Não vamos ter nada de decisivo para ser votado hoje”, disse.

Ele ainda afirmou que a base do governo estaria tentando se aproveitar que tinha maioria no plenário para votar as matérias. “Não teremos nenhum grande embate dentro do plenário para querer se aproveitar desse tipo de situação para ter maioria. Eu faço essa ponderação, imagino que a base do governo tenha o mínimo de escrúpulo”, disparou.

O vereador Mitoso (MDB) explicou que os parlamentares estavam tentando agilizar as pautas que estão acumuladas para votação, e não significava que seria aproveitamento. “Ninguém quer se aproveitar. Primeiro porque ficou bem claro, até pela presidência, que iria inverter, isso não é aproveitamento nenhum porque ficou vários projetos na última pauta pendentes por causa do horário. O fato de pedirmos não tem a ver com descortesia ou desqualificação nenhuma com o fato do velório. O que estamos tentando é agilizar a pauta”, afirmou.

Percebendo os ânimos aflorando no plenário, o vereador Caio André explicou que a Mesa Diretoria acordou com os vereadores na última sessão da semana passada que iria realizar a inversão de pauta, porém, ocorreu um contratempo e o acordado não seria realizado.

“Quero deixar bem claro que, realmente, essa Mesa iria fazer a inversão da pauta, acordado com todos os vereadores e com o plenário, para que pudéssemos votar a pauta, é muito extensa e tem muitos projetos, não conseguimos finalizar na semana passada. Mas, aconteceu algo fora do comum, por isso a intenção da Mesa Diretora, em conformidade com todo plenário, foi devolvida em virtude disso. […] Peço a vossas excelências que possamos avançar no assunto para que não tenhamos um embate, não houve aproveitamento e nem desaproveitamento, o que houve foi um combinado que não ponderar ser cumprido em função da fatalidade”, disse.

Outro parlamentar que falou sobre a inversão de pauta foi o vereador Wallace Oliveira (DC), que afirmou desconhecer o posicionamento do vereador Marcelo Serafim. “Foi tomado de um impulso muito preocupante no momento da colocação dele, até porque foi ele que pediu de vossa excelência que não dava mais para sair 13 horas daqui, que tinha que haver as inversões de pauta. Ninguém ali teria o conhecimento de saber o que iria acontecer”, apontou.

Novamente, o presidente da CMM comentou que o combinado era inverter a pauta para agilizar as votações. “Estava estabelecido e combinado com o plenário que inverteríamos a pauta. Se formos fazer disso uma praça de discussões e de guerra, vamos passar o tempo e sairemos daqui, mais uma vez, 13 hora da tarde”, pontuou.

Ao esclarecer a solicitação feita à Mesa Diretora, o vereador Eduardo Alfaia repudiou as falas do vereador Marcelo Serafim e destacou que a base não aceita a rotulação de insensíveis. “Quero lamentar a fala do nobre colega Marcelo Serafim e a defino como uma fala infeliz. Ele tenta atribuir a postura da base como se fosse uma questão política, o que não é […]. Não aceitaremos essa rotulação de insensibilidade aos colegas da base, era um entendimento que vossa excelência pontuou muito bem na última reunião”, discursou.

“Julgo que a Ordem do Dia é muito mais produtiva e proveitosa à cidade de Manaus, não menosprezando o Pequeno Expediente, são discursos, são falas, não cabe a parte, são apenas falas de quatro minutos de vereadores que estão inscritos. A Ordem do Dia é o momento que o Parlamento tem a oportunidade de votar, de rejeitar, de fazer discussões sobre as matérias que realmente influenciam a vida das pessoas. Não vejo nenhuma insensibilidade e tentativa sorrateira ou inescrupulosa por parte da base, é votarmos matérias que estão pendentes e são relevantes”, continuou.

Sendo o último vereador a falar sobre o assunto, o vereador Gilmar Nascimento (Avante) lamentou a discussão no plenário enquanto o vereador Rosivaldo Cordovil e outros parlamentes estavam no velório. “Insensibilidade é ficar discutindo aqui enquanto o colega está chorando e mostrar que os vereadores não tem sensibilidade com o colega”, disse.

Após o discurso do parlamentar, a Mesa Diretora suspendeu a sessão para que os vereadores pudessem comparecer ao velório. Um dos assuntos que seriam votados pelos vereadores de Manaus era a convocação do secretário municipal de comunicação Israel Conte, após a repercussão do vídeo de uma suposta entrega de propina na sede da secretaria.

Leia mais: Decisão: Alberto Neto e Alfredo Nascimento devem se reunir com Bolsonaro nesta terça (19) para discutir as eleições

___

Por Camila Duarte

Ilustração: Marcus Reis

Fique ligado em nossas redes

Você também pode gostar

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img

Últimos Artigos

- Publicidade -