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sábado, novembro 23, 2024

“Não dá para soltar fogos”, avalia Helso Ribeiro sobre reforma tributária durante programa “Debate Político”

O professor, analista político e articulista do O Convergente foi o último convidado do programa em 2023

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O último programa Debate Político de 2023, exibido na terça-feira (26), teve como convidado da semana o professor, analista político e articulista do O Convergente Helso Ribeiro, que comentou sobre o cenário político brasileiro e amazonense. O programa foi apresentado pela CEO da empresa Érica Lima Barbosa e exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.

O primeiro assunto abordado no programa foram as eleições gerais de 2022. Assim, o convidado fez uma análise da derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), até chegar aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

De acordo com ele, o momento atual do Brasil é uma tentativa de prevalecer com a democracia, uma vez que não houve 50 anos seguidos de democracia. “Esse momento atual que nós vivemos representa um momento mais largo de tentativa […] de democracia. Uma eleição não satisfaz a todos, a eleição presidencial foi altamente discutida”, disse.

À apresentadora, ele afirmou que Bolsonaro perdeu a eleição para ele mesmo, apesar de uma pequena diferença. “Bolsonaro perdeu para ele mesmo, foi uma diferença muito pequena. Talvez se ele tivesse uma outra postura durante a pandemia, teria angariado algumas simpatias”, frisou.

“O problema é incontestável a liderança de Bolsonaro. Ele sempre foi um que juntou muitos ao seu redor, mas isso não representa os 210,220 milhões de brasileiros”, disse.

8 de janeiro

Prestes a completar um ano dos atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, o analista político falou sobre as ações dos eleitores que eram contrários à eleição do presidente Lula. “Uma democracia exige o respeito adverso […] O presidente Bolsonaro não aceitou a derrota, continuou nas redes sociais descredibilizando as urnas eletrônicas, as pessoas se aglomeraram em frente aos quartéis”, afirmou.

Para Helso, as ações do 8 de janeiro foram uma tentativa de golpe para que Lula não conseguisse retornar para o terceiro mandato. “Foi uma tentativa de golpe, para mim está claro, junto com ato de vandalismo, terrorismo. Manifestar é um direito, depredar jamais”, destacou.

Sustentabilidade

Uma das pautas que mais foram debatidas, durante o ano de 2023, foi a sustentabilidade. O Brasil e o mundo passaram por uma crise climática severa, e os governantes brasileiros passaram a falar mais sobre o assunto.

Para Helso, os discursos do presidente Lula mostram uma necessidade de políticas sobre a bandeira da sustentabilidade, no entanto ainda precisa de mais. “O presidente Lula está tentando mostrar isso e eu adoraria que fizesse mais. Continuamos vendo queimadas, não é à toa que vimos aqui no Amazonas, será que alguém vai aplaudir isso?”, questionou.

Questionado sobre a atuação da ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o analista frisou que não é a favor do modo como a mesma trabalha e lida com as ações, uma vez que, no primeiro governo Lula, não obteve bons resultados à frente da pasta.

“Eu particularmente nunca simpatizei com o modus operandis da ministra Marina […] A Marina já foi ministra e se você pegar o histórico das queimadas, foi um dos maiores. […] Agora nada de misoginia, vejo que tem gente que faz isso com a ministra Marina”, disse.

Em relação às comissões das Câmaras Municipais e à atuação da Assembleia Legislativa quanto à pauta de sustentabilidade, o analista comentou que é importante que o eleitor saiba ser criterioso na hora de escolher o seu representante.

“É importante que sejamos vigilantes, sejamos criteriosos na escolha dos nossos representantes, tentarmos também proceder com respeito e adoraria que as Câmaras Municipais como a Assembleia Legislativa tivessem uma preocupação ambiental mais cuidadosa”, pontuou.

BR-319

Ao comentar sobre a rodovia BR-319, Helso apontou que é importante salientar que a culpa não é da ministra Marina Silva. Em um dos exemplos, ele afirmou que o ex-vice-presidente Hamilton Mourão, em Manaus, prometeu que a rodovia seria entregue, o que não aconteceu.

“Ele disse que se não saísse a BR-319, ele comeria a boina dele. Queria saber, qual o sabor da sua boina? Botar a culpa da BR-319 na ministra Marina, vejo como misoginia”, disse ao falar sobre a cobrança dos políticos amazonenses à ministra em relação à rodovia federal.

Reforma tributária

Na última semana, após mais de 30 anos de discussão, o Congresso Nacional promulgou a reforma tributária. Apesar da comemoração dos parlamentares, o analista político afirmou que vê essa promulgação com “muitas interrogações”, pois ainda há o que ser discutido.

“Vejo muitas interrogações. Foi aprovado o grosso, mas terão várias leis complementares para efetivar a reforma tributária”, afirmou. Helso ainda ressaltou que, mesmo com o Polo Industrial de Manaus sendo protegido pela reforma, novos ataques vão surgir.

“Novos ataques ao Polo Industrial virão, como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, já começou a enfiar a espada. Não foi só ele, mas não dá para aliviar […] Não estou 100% contente, não dá para soltar fogos”, frisou.

“A reforma tributária não é no estalar dos dedos, isso vem nos próximos 7 anos e esperamos ter uma transparência na arrecadação tributária”, completou.

Eleições 2024

Prestes a entrarmos em um ano eleitoral, no qual as cidades devem escolher os prefeitos e vereadores, Helso Ribeiro comentou, no Debate Político, que a eleição de 2024 é a mais importante no processo eleitoral, uma vez que é quando o eleitor fica mais próximo do candidato.

“Eleição municipal, para mim, é a mais importante […] é uma eleição fundamental, nem sempre tem o glamour que uma presidencial”, disse.

Ele ainda reforçou a necessidade de mais representantes mulheres na Câmara Municipal de Manaus, como uma forma de igualar a sociedade. “Hoje temos 41 vereadores na Câmara Municipal de Manaus e, entre eles, apenas 4 ou 5 mulheres, adoraria que tivesse 20”, afirmou.

Leia mais: Novo defensor-geral do AM comenta sobre planos para gestão em 2024 na DPE durante o programa “Debate Político”

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Por Camila Duarte

Revisão textual: Vanessa Santos

Foto: Marcus Reis

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