Depois de pressão dos políticos do Amazonas para a recuperação da BR-319, o trecho do meio da BR-319, um dos mais críticos da rodovia, foi incluído no Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA). Com isso, a recuperação da via fica estabelecida no período de 2024 a 2027.
A inclusão foi assinada pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB), e publicada no Diário Oficial da União, na última semana. Agora, o plano segue para o Congresso Nacional para tramitar em conformidade com o Plano Plurianual 2024-2027.
De acordo com o Governo Federal, o plano tem como objetivo tornar a Amazônia uma referência na valorização da sociobiodiversidade como elemento propulsor do desenvolvimento sustentável.
“Além da questão ambiental, outras pautas são desafiadoras na região da Amazônia Legal como, por exemplo, a infraestrutura logística, que ao longo de muitos anos necessita de maior integração entre os modais de transporte, bem como de maiores investimentos em projetos capazes de trazer maior conexão intrarregional e interregional”, diz trecho do documento.
Pressão política
A volta dos debates por parte dos parlamentares amazonenses sobre a BR-319 começou quando o Amazonas passou pela pior seca já registrada na história. Com o nível da água nos rios chegando a pouco mais de 12 metros, uma das alternativas para minimizar os impactos, de acordo com os políticos, seria a rodovia federal, que está abandonada.
Na ocasião, Marina Silva foi encurralada pelo deputado estadual Sinésio Campos, que a questionou sobre as obras na BR-319. Os demais deputados não deixaram o colega parlamentar de lado e o acompanharam na cobrança. Com isso, a Assembleia Legislativa do Amazonas aprovou uma moção de repúdio contra a ministra de Lula.
“É inadmissível que a ministra Marina não se sensibilize com essa causa. O Amazonas é um estado grande, o maior do Brasil, e não pode mais ficar isolado do restante do país. Sofremos com isso durante a pandemia e estamos vendo agora de novo, durante a estiagem. Nossa logística é complicada, demorada e se tivéssemos a BR-319, poderíamos amenizar esses problemas. Defendo a retomada da 319 desde 2019, quando presidi a Comissão de Transportes desta Casa. O Amazonas precisa, urgentemente, que a 319 se torne trafegável”, afirmou o presidente da Aleam, o deputado Roberto Cidade.
Outro parlamentar que teceu críticas à ministra foi o senador Omar Aziz (PSD). Apesar de ser aliado do governo Lula, o parlamentar disparou que a “culpa” cairia sob a responsabilidade de Marina Silva, caso os amazonenses passassem fome no período de estiagem. “Pois eu declaro que, se algum amazonense passar fome, a culpada é a senhora ministra Marina Silva, que, por vaidade, não permite a recuperação da BR-319 e sentencia o Amazonas ao isolamento”, escreveu nas redes sociais.
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Por Camila Duarte
Revisão textual: Vanessa Santos
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