O jornalista Jackson Nascimento foi o entrevistado da semana no programa “Debate Político”, que foi ao ar nessa terça-feira (31). Em conversa com a apresentadora e CEO da empresa, Érica Lima Barbosa, o profissional com 38 anos de carreira comentou sobre o cenário político amazonense. O programa foi exibido pela TV Rede Onda Digital, através do canal 8.2, e pelo canal do Youtube da Rede Onda Digital.
Jackson Nascimento, que tem uma voz marcante no jornalismo amazonense, passou por diversos veículos de comunicação, tanto na TV quanto na rádio, integrou assessorias e, atualmente, faz parte da equipe de profissionais da TV Onda Digital.
Durante o bate-papo com a apresentadora do Debate Político, o jornalista falou sobre a nova geração de políticos que surge e como os caciques da velha política estão “jogando com as peças do tabuleiro”. Para ele, o grupo de caciques começou a se dissolver com a morte do ex-governador Amazonino Mendes.
“Até meados de 2022 a 2023, com a morte de Amazonino Mendes, esse grupo começa a se dissolver. A gente discutiu diversos problemas, vale ressaltar aqui nomes que também fizeram essa observação, que foi o ex-deputado e atual secretário Serafim Correia, que tem uma participação política muito ativa […], Arthur Virgílio Neto, por exemplo, que tem sua participação política muito ativa no estado do Amazonas”, comentou.
Quando questionado se acreditava que o ex-prefeito de Manaus Arthur Neto poderia concorrer nas eleições de 2024, ele disse que não, uma vez que o tucano já deixou sua contribuição na história da política em Manaus.
“Apareceu na pesquisa, mas acredito que não venha mais. Acredito que a sua contribuição já está na história e, pelos resultados, alguns políticos que já têm a capacidade de compreender o movimento da população, da sociedade, do momento em que se vive, se recolhem”, destacou.
Novos nomes
Sem citar nomes, o jornalista falou sobre os novos políticos que apareceram nas últimas eleições e conseguiram arrancar bastantes votos do eleitorado amazonense. Segundo Jackson Nascimento, é preciso entender que a política é uma dinâmica que se constrói em cada momento da história.
“Tem nomes hoje que se apresentam com aquela onda política. A política tem essa dinâmica voltada para um momento histórico de cada era em que vivemos”, frisou.
Em conversa com Érica Lima, ele ainda falou sobre o cenário das Casas Legislativas do Amazonas e disse que, na Assembleia Legislativa do Estado e na Câmara Municipal de Manaus, por exemplo, não há um bom diálogo.
“Vivemos um marasmo no que se diz respeito ao Parlamento. Dos 24 deputados, 23 são da base e apenas 1 oposição, ou, às vezes, circula em defesa da sociedade, não que tenha sido radical. Não há um equilíbrio, não há uma forma de você fazer uma colocação, por exemplo, dos pontos que são primordiais para que haja um Parlamento de forma incisiva para os anseios da população”, disse.
Jogo das Cartas
O famoso Jogo das Cartas no Debate Político é quando o convidado tira um card das mãos da apresentadora e precisa comentar sobre a pessoa que aparece na imagem. O primeiro card que o jornalista tirou foi o do atual presidente Lula, em que comentou: “temos que reconhecer que o atual governo fez tantos feitos de tantas situações”.
Outra carta que o jornalista tirou foi a do deputado federal Amom Mandel. Para ele, o parlamentar representa a nova política e tem o apoio da população, tanto é que aparece nas pesquisas de intenção de voto para as eleições municipais.
“Ele pode ser inexperiente, como eu tenho ouvido muita gente falar. Porém, tem um conjunto hoje que converge para o fenômeno e que está entre as pesquisas de disputa do executivo de uma das maiores capitais do país, que é Manaus. Significa o que? Que estamos vivendo uma nova era, que a população enxerga como o atual, o moderno e o futuro”, disse.
BR-319
Outro assunto que foi discutido no programa foi a BR-319, que tem sido destaque nas pautas dos políticos do Amazonas, com a severa estiagem.
Como comentou o jornalista, o principal entrave para a conclusão das obras são as alegações de que a BR-319 causaria impactos ambientais. Com base nos especialistas os quais o jornalista entrevistou, esses impactos já teriam sido causados com a construção da estrada no passado.
“Se houver uma fiscalização rigorosa e mais investimentos ao Ibama, ICMBIO, Forças Armada etc., não precisa haver tanta preocupação com impactos ambientais. Sim, precisamos preservar a Amazônia, mas o amazônida também precisa ser preservado!”, disse.
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Por Camila Duarte
Revisão textual: Vanessa Santos
Foto: Marcus Reis
