Em entrevista ao Jornal da TV Cultura, o ex-diretor do Banco Central do Brasil, Alexandre Schwartsman, fez duras críticas ao modelo econômico amazonense. No comentário, ele classificou a Zona Franca de Manaus como “aberração” ao ser questionado sobre a estiagem no Amazonas e como isso impactaria a economia brasileira.
Quando perguntado se a seca estava prejudicando a economia do Brasil devido a um erro de planejamento da economia local para estiagem, ou se seria decorrente de oscilações no mercado, Schwartsman respondeu afirmando que a Zona Franca de Manaus era uma “aberração” e que a indústria deveria estar localizada mais próxima ao centro consumidor.
“Tem um problema climático, realmente não dá para prever. Mas por que diabos a indústria está lá e o centro consumidor está aqui [em São Paulo]? Porque existe uma aberração chamada Zona Franca de Manaus. Então, depende de todos os modais. Bom, se fosse em um lugar que ficasse perto do mercado consumidor, a gente não estaria passando por isso, mas agora eles têm mais 50 anos para aquela indústria infante e, quando acabar os 50, a gente vai ter mais 120 que é para dar sorte”, disparou.
Reação dos políticos
Após as falas do economista, alguns políticos do Amazonas resolveram se pronunciar sobre o assunto. O deputado estadual Sinésio Campos (PT), por exemplo, fez críticas aos comentários do ex-diretor do Banco Central e, ainda, o chamou de “nazista”.
“Cara de nazista, mal caráter, sem vergonha, feio pra c*****. Vem pra cá, bandido. Vem pra cá pra você quer o que é que é! Esse tipo de gente é que quer tirar, arrancar cada moeda, mas eles querem ter a floresta amzônica preservada, mas não esquece que tem gente, homem e mulheres, que precisam viver com dignidade. Essa figura que na reforma tributária quer tirar os incentivos da Zona Franca”, disse o deputado na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas.
A repercussão sobre as falas também chegou à bancada federal do Amazonas. O deputado federal Saullo Vianna (União), em pronunciamento na Câmara, rebateu de maneira dura e didática a declaração polêmica do economista Alexandre Schwartsman.
“No Amazonas, moram mais de quatro milhões de habitantes que têm direito de ter trabalho, renda, de se alimentar e ter sua cidadania respeitada. O senhor precisa ter uma aula de geografia para conhecer o seu país e uma aula de história para respeitar a Zona Franca de Manaus e o estado do Amazonas”, disse em seu pronunciamento.
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Da Redação
Revisão textual: Vanessa Santos
Ilustração: Marcus Reis

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