Após reportagem do O Convergente sobre as ações da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Manaus, alguns vereadores repercutiram a pauta sobre as crises ambientais enfrentadas no Amazonas, durante a sessão plenária dessa segunda-feira (16). Na ocasião, o presidente da Comissão, o vereador Kennedy Marques (PMN), chegou a citar sobre portais que fazem cobranças à Comissão.
Logo no início da sessão, o vereador Lissandro Breval (Avante) afirmou que a mídia brasileira se calou em relação aos efeitos climáticos sentidos no Amazonas, sobre as queimadas e a estiagem.
“Vivemos uma crise em várias situações ligadas ao meio ambiente, a recursos naturais, e o que estão fazendo? Os nossos ambientalistas se calaram, a mídia brasileira se calou, eu vi mais falando de boto morto do que do caboclo coitado passando fome tentando sair com a sua rabeta”, disse.
O parlamentar ainda apontou as queimadas como uma “questão cultural” na região amazônica e alegou que as mesmas podem ser combatidas, mas que é necessária a tecnologia.
“A questão das queimadas na nossa região é uma questão cultural. Pode ser combatida? Sim. É fácil? Não, tem que ter tecnologia, assistência técnica […] A mídia brasileira se calou e vivemos essa situação aqui triste. O ar virou fumaça […] Esse desafio é de todos nós, de quem mora nessa cidade e de quem ama essa cidade”, destacou.
Depois do discurso do parlamentar, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, o vereador Kennedy Marques, subiu na tribuna e abordou sobre o assunto. Ele comentou que, apesar das ações da gestão municipal, os governos estadual e federal também têm uma importante missão no combate à crise ambiental.
O vereador ainda disparou críticas contra o governo federal, que, segundo o parlamentar, “não se interessa” pelo Amazonas. “Todas as piores mazelas que nosso estado sofre são por conta do posicionamento do governo federal, quanto à importância do nosso estado. Parece que não somos nada, parece que não interessa esse povo estar isolado”, disparou.
Logo após a fala sobre o governo, o vereador fez críticas aos portais de notícias que cobram as ações da Comissão de Meio Ambiente da CMM. “Agora com a questão das queimadas, aparecem vários portais fazendo críticas, inclusive cobrando desta Comissão de Meio Ambiente e de vereadores, como se vereadores tivessem o poder do Executivo. E não é só o executivo municipal, o estadual e, principalmente, o federal têm de prover recursos para que possamos ter fiscalizações, para que possamos ter ações efetivas para que pudéssemos evitar”, disse.
Na semana passada, O Convergente fez uma reportagem sobre o posicionamento da Comissão e quais ações estão sendo tomadas para auxiliar no combate às crises ambientais.
A Comissão é presidida pelo vereador Kennedy Marques (PMN) e tem como vice o vereador Alonso Oliveira (Avante). Ela ainda é composta pelos vereadores Fransuá (PV), Gilmar Nascimento (Avante), Marcio Tavares (Republicanos), Rodrigo Guedes (Podemos) e Professora Jaqueline (UB).
Ao O Convergente, o cientista político Carlos Santiago comentou sobre a atuação, onde pontuou que é aquém do que o esperado e isso ocorre devida à proximidade entre a Casa Legislativa e a gestão municipal.
“Enquanto Manaus agoniza sem uma respiração adequada, enquanto Manaus tem seus igarapés com poluição, enquanto as matas e florestas queimam, enquanto as invasões só crescem, enquanto a Orla de Manaus é tomada pelos interesses privados, a Comissão de Meio Ambiente na Câmara de Manaus não dá as respostas que a sociedade espera”, pontuou.
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Por Camila Duarte
Revisão textual: Vanessa Santos
Ilustração: Marcus Reis
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