Apesar dos reforços do governo federal ao Amazonas, nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua tendo como prioridade o conflito no Oriente Médio.
Com a pauta dos conflitos em Israel e Hamas dominando os cenários nacional e mundial, o presidente Lula tem se empenhado em fazer a retirada de brasileiros do território israelense e palestino, além de participar de reuniões com a Organização das Nações Unidas.
Com o agravamento das queimadas ilegais no Amazonas e a nuvem de fumaça tomando conta do céu de Manaus por dias consecutivos, artistas nacionais passaram a cobrar o governo federal para que fossem feitas ações. Em uma das postagens do presidente Lula falando sobre Israel, o comediante Whindersson Nunes questionou sobre a situação de Manaus.
Nessa sexta-feira (13), a ministra do Meio Ambiente Marina Silva anunciou ações para combater a estiagem e as queimadas. Durante sua fala, Marina Silva alegou que, apesar da ajuda das autoridades, a população é quem precisa compreender que não pode atear fogo, uma vez que fica difícil a atuação do governo.
“Nesse momento, é preciso a ação do governo, estadual, federal, municipal, a ação das várias instituições, Ibama, ICM-Bio, e todos os demais parceiros, mas principalmente da população. Porque se a população não compreender que não pode atear fogo todos ao mesmo tempo agora, numa situação de extrema estiagem, fica muito difícil a gente fazer esse combate”, disse.
Entre as ações do governo federal para ajudar no combate aos incêndios, está o envio de 100 brigadistas ao Amazonas, totalizando mais de 300 brigadistas contendo os incêndios. Segundo o governo, mais de 3,5 mil brigadistas atuam em toda a região afetada, que vai além do estado do Amazonas.
Pior cenário desde 2010
A forte estiagem que atinge a Região Amazônica é causada pelo fenômeno El Niño, que dificulta a formação de nuvens de chuvas nas regiões Norte e Nordeste, após uma intensa chuva no meio do Oceano Pacífico, onde o ar quente e seco continua circulado.
Segundo o Inmet, que monitora a situação climática do Brasil, a previsão para a Região Norte, nos próximos três meses, indica maior probabilidade de chuva abaixo do normal. Como apontou o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o número de municípios que vão ser impactados pela seca em 2023 deve ser superior em pelo menos 34%.
Ao O Convergente, o geógrafo e ambientalista Carlos Durigan explicou que o cenário enfrentado atualmente pela população é de uma crise climática, já chamada por representantes da ONU de “ebulição global”, que segue além do aquecimento para o qual o mundo já estava sendo alertado.
“Infelizmente, o que se pode fazer diante de um cenário destes é pouco, em geral ações emergenciais buscam reduzir o dano, mas a extensão dos problemas reduz a efetividade de nossas ações”, disse. O ambientalista ainda reforçou que somente o período chuvoso pode reverter a situação de estiagem, por isso são necessárias medidas emergenciais.
“Somente a chegada das chuvas irá reverter este quadro, daí que teremos a necessidade de ações emergenciais para dar apoio a comunidades e mesmo municípios que podem ficar isolados com a seca dos rios, inclusive contando com apoio aéreo. Também o cuidado com o uso da água deve ser redobrado, uma vez que a morte de peixes e outros animais, assim como o aumento da concentração de esgoto reduzem a sua qualidade e podem gerar vários males à saúde”, enfatizou.
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Da Redação
Revisão textual: Vanessa Santos
Ilustração: Giulia Renata Melo
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