Em entrevista à Folha de São Paulo, o presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto afirmou que Bolsonaro não é contra a reforma tributária, que foi aprovada na Câmara dos Deputados em 6 de julho. Além de comentar o posicionamento do ex-presidente sobre o assunto, o líder do PL declarou que “a palavra final no PL é do Bolsonaro, porque ele é o dono dos votos. Quem elegeu o Tarcísio e o Marcos Pontes foi ele”, declarou.
Valdemar também reforçou que todos os integrantes da legenda são favoráveis à reforma tributária e, ainda, justificou que os votos contrários foram devido às mudanças no texto feitas pelo relator na Câmara dos Deputados.
Mesmo após Bolsonaro pedir aos deputados do PL que não aprovassem a medida, 20 dos 99 que compõem o partido votaram a favor da proposta e foram taxados de ‘comunistas’ pelos demais integrantes. O episódio rendeu discussão em um grupo de WhatsApp do partido iniciado pelos colegas que votaram contra a reforma.
Durante a entrevista, Valdemar também explicou o desentendimento entre os aliados: “As brigas são resultado de uma explosão da direita e da entrada de pessoas inexperientes na política”.
Neste domingo, 23, Bolsonaro se posicionou novamente contra a aprovação da Reforma. Em publicação em suas redes sociais, ele disse que se pode aceitar uma economia sem mercado ou uma democracia relativa. Também ressaltou que a sobretaxação de produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, determinada no projeto, poderá levar à inflação, ao desemprego e ao desabastecimento da economia.
“Mais que pontos ainda obscuros, tal como a ausência de uma alíquota base ou detalhes operacionais da divisão dos impostos entre os entes federativos, a reforma tributária permite ainda ao presidente (aquele que tem orgulho em ser chamado de comunista) sobretaxar tudo aquilo que ele julgue ser prejudicial à saúde ou ao planeta”, escreveu no Twitter.
Sobre a Reforma Tributária
Aprovada na Câmara dos Deputados, a reforma prevê a criação de um imposto seletivo que deve incidir sobre a produção, a comercialização ou a importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, desonerando as exportações. O texto, porém, não detalha quais itens serão sobretaxados.
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Edição: Karina Garcia, com informações Folha de São Paulo.
Revisão: Vanessa Santos
Foto/ilustração: Marcus Reis