O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), cujo mandato foi cassado sob acusação de fraudar a Lei da Ficha Limpa, fez um longo relato nas redes sociais sobre o recebimento de um ‘presente de Deus’: centenas de transferências bancárias para ajudá-lo a devolver os R$ 2,8 milhões gastos com diárias e passagens na Operação Lava Jato, após a sentença condenatória contra ele ser reestabelecida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no dia 9.
Segundo o Estadão, o ex-procurador já recebeu mais de R$ 150 mil entre o dia 9 e o início da tarde de segunda-feira, 12.
A revelação foi feita por Deltan em vídeo de nove minutos compartilhado em suas redes sociais, no domingo, 11. No longo desabafo, no qual mistura fé, política e acusações de perseguição, Deltan ainda descreve um diálogo com Deus, realizado durante voo de Brasília para a Curitiba, em que questionava o Criador sobre o avanço da Justiça brasileira sobre o seu “patrimônio”.
Segundo o ex-procurador, ele imaginou a seguinte resposta de Deus: “Olha, a quantidade de Pix que começaram a entrar na minha conta desde a última sexta-feira. Centenas e centenas de pessoas começaram a fazer Pix para a minha conta, mais uma vez, expressando solidariedade, protegendo a minha família do mal que querem nos causar e mostrando que eu não estou sozinho (…) Agradeço a vocês que têm sido agentes de Deus na minha vida”.
Em outro trecho, Deltan fala sobre outras transações feitas por apoiadores, quando ele foi condenado por danos morais em ação movida por Lula. O ex-procurador afirma que ‘imaginou’ Deus lhe respondendo: “Quando foi que eu permiti que você e sua família fossem tocados? Quando você foi condenado a pagar mais de R$ 100 mil por conta do powerpoint, eu não fiz chover mais de 12 mil Pix em menos de 36 horas na sua conta?”.
Cassação do mandato
Em 16 de maio, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade, cassou o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol, eleito pelo Podemos do Paraná, por fraude à Lei da Ficha Limpa. Na época em que Deltan deixou o cargo no Ministério Público Federal (MPF) para se candidatar à Câmara, ele era alvo de 15 processos administrativos. Caso fosse punido em algum deles, ele teria se tornado inelegível.
Por informações do Estadão
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