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segunda-feira, julho 8, 2024

“Ou a gente encara de frente, ou vai ficar difícil falar sobre isso”, comentou Christian Rocha no debate político, ao falar sobre igualdade racial

Os temas do debate eram, a promoção da igualdade racial e o fortalecimento da luta no Amazonas e no Brasil

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O presidente do Instituto Nacional Afro Origem Amazonas (Inâo), jurista e ativista dos direitos humanos, Christian Rocha e também colunista do portal O Convergente, juntamente com a advogada, conselheira do Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente em Manacapuru, Hariany Campelo, nessa terça-feira (16), estiveram presentes no quadro “Debate Político”, para um bate-papo ao vivo, com a mediação da apresentadora e jornalista, Edilânea Souza.

Os temas do debate eram, a promoção da igualdade racial e o fortalecimento da luta no Amazonas e no Brasil.

Na ocasião, o ativista enfatizou questões sobre o tema e abordou a importância do envolvimento da sociedade em movimentos sociais e a falta de estruturas necessárias disponíveis para o desenvolvimento dessas ações. “O nosso estado teve uma falha e posso falar não só em setores da educação, como uma certa estrutura para os movimentos sociais poderem realizar as suas palestras, a sua bandeira de conscientização”.

Hariany falou sobre força, estrutura, conhecimento e luta. “Eu acredito sim que a informação, o acesso da própria mulher preta, do homem preto, a informação e a disfunção da informação vai ser um ponto de chave essencial, acredito bastante que hoje nós temos o incentivo muito maior, a ciência. Hoje nós estamos acessando a informação e mais do que isso, gerando informação, dados, ciência. Então acredito que esse processo, pode até demorar, mas a gente não vai cessar de trazer de forma mais forte”, pontuou.

Christian comentou sobre as principais pautas que tratou em Brasília, reforçando a necessidade do Amazonas estar presente em ações que permeiam os debates de conscientização social e que apesar da situação geográfica que o caracteriza, não o impede de performar e apresentar força, peso e continuidade favoráveis à pauta.

“O que eu levei ao João Jorge, foi esse desejo do ativismo negro dentro do nosso estado, de participar, com mais força, com mais frequência. E o João Jorge já tinha esse pensamento, de trazer o estado para perto das discussões. Apesar dessa situação geográfica, precisamos entender que o Amazonas precisa estar em todas as mesas de debate, de todas as mesas de conversa, onde os direitos humanos estiverem sendo discutidos, o Amazonas precisa estar junto”, enfatizou.

Pontos pertinentes do projeto desenvolvido no Instituto foram ressaltadas, mas também foi levantado que há espaço para pessoas que estejam dispostas a lutar por justiça e igualdade. “Nós precisamos entender que o que falta realmente, são pessoas comprometidas com a causa, o Instituto existe, mas existe para conscientizar. Então, nós não temos esse poder de polícia e trabalhamos nesse projeto preventivo, já prevendo que ações ocorram dentro de um parâmetro, o que não podemos é cair nessa situação de permitir que o racismo ganhe força”, continuou Rocha.

Fortalecimento e disseminação de conhecimento foram temas que levaram os convidados a debaterem sobre atos que aos olhos de alguns podem ser ‘brincadeiras’, mas que esboçam estereótipos raciais, os quais são passíveis de sanções judiciais, pois comunicam hostilidade racial através do humor, como sabemos, as palavras são meios de comunicação e permeiam valores culturais, as mesmas devem ser avaliadas nos contextos sociais em que foram proferidas, não apenas na ‘intenção’ do efeito cômico, principalmente se utilizadas com um sentido negativo e uma ‘suposta ausência’ de motivação psicóloga as mesma podem ser configuradas em crime de injúria racial, “as pessoas precisam compreender, a gente fala muito em racismo recreativo, que é aquela brincadeira sem graça, quando é legal para as duas partes, é piada, mas quando é constrangedor, é preconceito, racismo. Então a gente precisa trazer esses assuntos, e o nosso propósito é fortalecer uns aos outros”, comentou Campelo.

“Se não fortalecermos a luta em prol da história da África, e não tiver uma certa fiscalização, infelizmente a nossa educação beirando a situação desse abismo das pessoas desconhecerem toda a riqueza que a África nos deixou, principalmente seus filhos vindo para o Brasil não deixando esse país ser um país fracassado economicamente”, declarou Rocha.

Sem participação social as demandas de uma comunidade não será atendida efetivamente, “a lei precisa nascer da discussão popular, ela precisa vim das bases para o poder, e não de lá, porque se ela vem lá de cima, aqui para baixo, e a gente não discute como vai ser implantado isso, não se cria um fluxo, essa lei nasce morta, ela não vai ter sua efetividade, a gente precisa realmente avaliar como essa lei foi concebida para poder nasce”, comentou a advogada.

Para finalizar o bate-papo, os convidados deram suas declarações finais. “É muito importante que todas as pessoas que estejam assistindo saibam que todas as causas são importantes, mas se você tiver um princípio respeitoso, então você vai poder assimilar e adquirir com mais facilidade”, discorreu Rocha.

Hariany finalizou falando sobre o apelo para o fim da ignorância as causas negras. “A sabedoria é uma virtude que precisa ser explorada, o nosso sonho era poder chegar em um ambiente, familiares, amigo, em Câmara e ter um diálogo nivelar, a gente conseguir partir de um ponto básico para avançar mais. O nosso desejo é que as pessoas tenham um nivelamento de direitos humanos para respeitá-los, compreendê-lo, acho que sobretudo, enxergar a dor do outro”, finalizou

 

 

Por Kalinka Vallença

Revisão Textual: Érica Moraes

Convidados: Christian Rocha e Hariany Campelo

Fotos: Marcus Reis

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