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quinta-feira, novembro 21, 2024

Patrimônio da família Cid nos EUA é exposto e aliados apontam nos bastidores que Bolsonaro pode ‘entregar todo mundo’

Mauro Cid foi preso na última quarta-feira (10) em uma operação da PF, o mesmo está sendo investigado por supostamente participar de um esquema de fraudes de cartões de vacina; Cid também já responde a outros processos como, disseminação de fake news, suspeita de operar um caixa paralelo no Planalto que servia à família Bolsonaro e no caso das joias

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Os bastidores da política em Brasília está bem agitado desde a semana passada, quando a Polícia Federal (PF) prendeu o tenente-coronel, Mauro Cid, durante a Operação Venire, que investiga um suposto esquema de adulteração de cartões de vacina com a inserção de dados falsos referente a Covid-19 para obter certificados e entrar nos Estados Unidos (EUA), no fim do ano passado com a família, durante a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro ao país.

Após todas essas situações, a prisão de Cid e dos fatos já expostos pela PF, o advogado do caso, Rodrigo Roca anunciou nessa quarta-feira, 10/5, que estava deixando a defesa de Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), alegando “razões de foro profissional e impedimentos familiares”.

Roca também era advogado do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, mas deixou o caso em março.

Ao que parece, o cerco pode estar se fechando para Mauro Cid. Ele já é investigado por distribuição de fake news, vazamento de documentos sigilosos para tumultuar o processo eleitoral e pela suspeita de operar um caixa paralelo no Planalto que servia à família Bolsonaro. Ele havia tido um mês de dezembro frenético, pois esteve empenhado na tentativa frustrada de resgatar as joias presidenciais, retidas pela Receita no aeroporto de Guarulhos.

Bens no EUA

Também nessa quarta-feira, 10 de maio, o site Metrópoles divulgou uma reportagem exclusiva mostrando o patrimônio da “família Cid” nos Estados Unidos, com propriedades milionárias compradas e registradas em nome de familiares nos últimos anos no país americano.

Entre os patrimônios, a reportagem aponta as seguintes propriedades: uma mansão de US$ 1,7 milhão (cerca de R$ 8,5 milhões) localizada em Temecula, cidade vinícola encravada no sul da Califórnia, a cerca de 130 quilômetros de Los Angeles. Lá vive o irmão de Mauro, Daniel Cid, que também já caiu na malha da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento na difusão de fake news em favor de interesses bolsonaristas, segundo aponta o Metrópoles.

A outra também é uma mansão que está registrada oficialmente como propriedade de um trust de nome sugestivo: “Cid Family Trust”. No ordenamento jurídico americano, trust é um instrumento legal que permite a proprietários de bens, sejam eles fundos de investimento ou imóveis, deixarem a tutela do patrimônio a cargo de pessoas de confiança (daí vem o nome, em inglês), que ficam a cargo de administrá-lo.

O trust da família Cid passou a ser dono, em 2019, de outra casa, menor, avaliada em R$ 2,2 milhões, na mesma cidade. Antes, o imóvel estava em nome de Daniel, como pessoa física. O irmão do tenente-coronel também aparece ligado a um terceiro imóvel em Temecula, vendido recentemente por ele pelo equivalente a R$ 3,3 milhões.

A aquisição mais recente de Daniel Cid é uma casa em Miami, na Flórida: uma unidade no Doral Isles Martinique. Segundo os serviços de pesquisa imobiliária, o imóvel foi comprado em agosto de 2020. No site oficial do governo de Miami-Dade, o bem está avaliado em cerca de R$ 2 milhões e registrado fora do trust, em nome do próprio irmão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

”Entregar todo mundo”

Circula, ainda, nos bastidores da política em Brasília, que é possível que o ex-presidente Bolsonaro tenha dito na semana passada, logo após a prisão de Mauro Cid que, caso “caia”, pretende fazer uma delação premiada e que vai “entregar todo mundo”, não deixando claro de que tratava, mas deixando em polvorosa o núcleo bolsonarista.

Há informações de que a mensagem foi repassada em um grupo de mensagens entre deputados, senadores e até o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.

Leia mais: Moraes manda Telegram remover mensagens contrárias ao PL das Fake News e determina retratação

 

Da Redação com informações Metrópoles e CNN

Fotos: Reprodução / Ilustração: Marcus Reis

Revisão textual: Érica Moraes

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