O ativista e representante do movimento negro, presidente do Instituto Nacional Afro Origem Amazonas (Inaô-AM), Christian Rocha e também articulista do Portal O Convergente, solicitou que Manaus estivesse na rota da Caravana das Periferias. O lançamento está previsto para sexta-feira (12), em Belém.
Formado em Ciências Sociais e militante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) desde 2005, Guilherme Simões foi nomeado secretário Nacional de Políticas para Territórios Periféricos, em janeiro, pasta vinculada ao Ministério das Cidades, a qual visa atender as demandas dos movimentos sociais.
Em uma reunião no Ministério das Cidades, com o representante, Mestre Josué Medeiros, em Brasília, Christian Rocha apresentou para a Secretaria Nacional das Periferias (SNP) a cidade de Manaus, assim como, as questões relacionadas às moradias em áreas de risco e os impactos ambientais preponderantes.
Na reunião, Rocha apresentou a possibilidade de se criar, neste governo, uma cartilha sobre a conscientização ambiental. Além disso, o mesmo apresentou alguns nomes de bairros da cidade de Manaus para receber a secretária, como: Coroado; Mauazinho; Grande Vitória; Jorge Teixeira; Santa Inês; Brasileirinho; Monte das Oliveiras e Armando Mendes.
O articulista ressaltou sobre os problemas que atingem a periferia. ”Eu sou filho da periferia, e eu sei os problemas que atingem uma periferia. Eu sei da questão ambiental, eu sei da questão do saneamento básico. E essa secretaria que trata dos assuntos das periferias do Brasil como titular o Guilherme Simões, eu estive em Brasília, fiz questão de ir lá, tínhamos uma agenda e fui muito bem tratado, muito bem recebido pelos chefes de gabinete, senhor Josué Medeiros e expliquei da importância de colocar Manaus na rota da Caravana das Periferias que é um projeto do governo federal. No meu ponto de vista é um projeto maravilhoso”.
Em seguida discorrer enfaticamente sobre a importância de ter Manaus na rota. “Porque ele ultrapassa aquela barreira legislativa de ouvir os parlamentares e vai direto na periferia, vai direto com os periféricos, vai direto com o favelado, vai direto com aquele que sofre com a problemática da falta de um saneamento básico, da falta do asfalto, que enfrenta esgoto a céu aberto, que enfrenta a poluição dos igarapés, que enfrentam essas doenças e nesse contexto a maioria dos pretos estão inseridos, porque a maioria dos pobres são negros. Então as pessoas precisam entender o porquê da minha preocupação em relação a colocar Manaus. Tem tido um crescimento populacional muito grande em área de risco, as favelas estão cada dia mais crescendo e é importante que essa parceria da Prefeitura de Manaus com o governo federal ela exista”.
Citou de forma sucinta como ocorreu a fase inicial que culminou na possibilidade do projeto ser desenvolvido na capital amazonense. “Entrei em contato com o prefeito Davi Almeida, que também se colocou à disposição do Ministério das Cidades, da Secretaria Nacional e me deixou à vontade pra fazer essas tratativas. Então, O Instituto Nacional Afro Origem no Amazonas convidou e eles me prometeram que Manaus já está na rota da Caravana das Periferias e que eles vão apenas acertar as datas, né? Para estar em Manaus. Então eu vou ficar muito feliz [com] eles na Zona Leste de Manaus, a Norte, a Sul. Vou apresentar toda a cidade, principalmente os problemas que afligem a cidade de Manaus”, finalizou Rocha.
Caravana das Periferias
A Secretaria Nacional de Periferias (SNP) foi criada para contribuir no combate à desigualdade socioespacial nas periferias das cidades brasileiras, em diálogo próximo com a infinidade de iniciativas populares protagonizadas por agentes diversos que, na ausência de políticas públicas, atuam para a redução e enfrentamento desta desigualdade. O surgimento da SNP busca, portanto, antes de tudo, reconhecer e aproximar estas práticas da concepção e execução de políticas públicas que os atingem diretamente e das quais estiveram historicamente alijados.
A ideia inicial é mapear iniciativas populares em curso nos territórios periféricos, promover seu reconhecimento e fortalecimento e buscar os meios para ampliar seu potencial de impacto no desenvolvimento socioterritorial, por meio de articulações com as políticas públicas implementadas tanto pelo Ministério das Cidades como por outros ministérios e pelas distintas escalas de governo.
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Por Kalinka Vallença
Revisão Textual: Érica Moraes
Foto: Divulgação
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