O Ministério Público Federal (MPF) informou, em documento enviado na sexta-feira, 10/2, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que só irá se pronunciar sobre o pedido revogação da prisão do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, depois que tiver acesso ao resultado da perícia realizada no celular do então secretário-adjunto da pasta, Fernando Sousa Oliveira.
“A imprensa noticiou que a Polícia Federal encaminhou laudo pericial segundo o qual o investigado teria mandado impedir que criminosos chegassem ao Supremo Tribunal Federal. Todavia, o parquet ainda não teve acesso a esse documento que, embora, aparentemente, possa não ser decisivo para o desfecho da investigação, em tese tem relevância para a manutenção ou não da custódia cautelar, devendo ser analisado e interpretado no conjunto das provas”, justificou o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos.
Na quinta-feira, 9/2, foram divulgados trechos do laudo citado pelo Ministério Público. O documento revela troca de mensagens que podem colaborar com a defesa de Anderson Torres. Uma delas revela que, mesmo à distância, o ex-secretário de Segurança Pública teria atuado para coibir a invasão às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.
“Importante salientar que, a partir do momento em que no grupo Difusão é divulgada informação de que manifestantes chegam à Esplanada dos Ministérios e começam a mexer em peças metálicas que estavam disponíveis no gramado central, há uma ênfase por parte do ex-Ministro Anderson Torres, para Fernando, para que não deixasse chegar ao STF”, diz trecho do laudo elaborado pela Polícia Federal.
Anderson Torres está preso desde o dia 14 de janeiro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no inquérito que apura atos antidemocráticos.
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Da Redação com informações CNN
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