A cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ocorrida na noite dessa terça-feira, 16/8, reuniu várias autoridades políticas do país, dentre elas o presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), que se encontraram pela primeira vez desde que Bolsonaro assumiu à Presidência da República, e outros ex-presidentes do país. No evento, o ministro fez um discurso em defesa do processo eleitoral, da democracia e do estado de direito.
O governador do Amazonas Wilson Lima (União Brasil), representou o Estado no evento. A solenidade também contou com a presença de diversas autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, de profissionais da imprensa, de representantes de embaixadas e de convidados dos empossados.
Em seu discurso, Moraes defendeu o sistema eleitoral brasileiro e disse que a Justiça Eleitoral seria “célere, firme e implacável” no combate às informações falsas e que a Constituição “não permite a propagação de discurso de ódio, de ideias contrárias à ordem constitucional e ao estado democrático” que visa à “instalação do arbítrio”.
Principal alvo do chefe do Executivo no Supremo Tribunal Federal (STF), o magistrado assume a função num momento de tensão política, com reiterados ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas, e no dia que marca o início oficial da campanha.
O novo presidente da Corte Eleitoral é relator dos inquéritos das fake news e das milícias digitais, que atingem aliados de Bolsonaro.
Na semana passada, o magistrado foi pessoalmente ao Palácio do Planalto entregar a Bolsonaro o convite para sua posse. O clima da conversa foi descontraído, mas interlocutores acreditam que o chefe do Executivo deve voltar a atacar a Corte na campanha eleitoral.
O novo presidente do TSE conduzirá a Corte Eleitoral até junho de 2024. A ele caberá presidir as Eleições Gerais de 2022 e iniciar os trabalhos de preparação do próximo pleito municipal. O ministro Ricardo Lewandowski se aposentará em maio de 2023, quando será sucedido na vice-presidente, a ministra Cármen Lúcia.
Presidenciáveis – Além dos candidatos à presidência, Lula e Bolsonaro, foram convidados para a cerimônia de posse todos os ex-presidentes e candidatos à Presidência nas eleições deste ano.
Entre os ex-presidentes presentes no evento estavam a Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e José Sarney (MDB). Na lista de presidenciáveis os candidatos ao Palácio do Planalto Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) foram enfáticos em também defender a democracia e as urnas eletrônicas.
“É um momento histórico. Pela primeira vez, ex-presidentes e presidenciáveis vêm numa demonstração de defesa da democracia dizer que acreditam na lisura do processo eleitoral, estão prontos para defender a democracia e as eleições. E estão prontos para defender, inclusive, o resultado das urnas”, disse Tebet, a jornalistas, ao chegar ao TSE.
Ao chegar ao local do evento, Ciro Gomes disse que a democracia está ameaçada no Brasil. “É uma expressão de respeito à institucionalidade democrática do Brasil que, ainda que da boca para fora e nos delírios, tem sido sistematicamente ameaçada no Brasil. É um ato de gentileza e respeito e de cumprimento de determinados rituais sem os quais a democracia não existe”, afirmou o candidato do PDT a jornalistas.
Confira imagens do evento:
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Da Redação
Fotos: Antônio Augusto-TSE