Pré-candidato à Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante entrevista ao Studio Difusora FM, nesta quinta-feira, 23/6, falou sobre as alianças políticas no Amazonas e fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), quanto ao descaso com as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, no Vale do Javari. Segundo ele, o firmamento das alianças será possível após uma reunião com as lideranças do Amazonas, o que deve ocorrer no próximo mês.
Durante a entrevista, entre outros assuntos, Lula afirmou que quer o apoio do senador Omar Aziz (PSD) e que eles devem caminhar juntos durante as eleições deste ano.
“O Omar Aziz é um grande companheiro. Eu acho que ele vai ser candidato ao Senado, e se for candidato ao Senado eu quero estar junto com ele nisso, quero o apoio dele e quero apoiá-lo”, afirmou.
“Ainda estamos tentando construir uma aliança política no Amazonas, mas espero que no começo do mês de julho, a gente conclua os acordos para que eu possa ir à Manaus para fazer uma atividade política com todas as pessoas que querem nos apoiar para presidente”, completou.
Questionado sobre uma possível parceria com o senador Eduardo Braga (MDB), o petista desconversou, mas não descartou nem confirmou a possibilidade.
“Nós vamos construir um palanque. Eu estou com muita calma. Eu já falei para o Sinésio que era preciso marcar uma reunião com os nossos aliados no Amazonas para a gente discutir o que vai fazer. Eu sei das várias candidaturas que tem, mas nós vamos precisar saber com quais a gente vai poder contar. Com qual a gente pode se aliar e trabalhar”, afirmou Lula.
Reunião – Além de tratar sobre o assunto com o deputado estadual Sinésio Campos, que também é presidente do Diretório Regional do PT no Amazonas, Lula afirmou que deve ligar para o parlamentar para discutir a defesa do parlamentar sobre mineração, inclusive, em terras indígenas.
A resposta de Lula foi em relação à pergunta feita pela jornalista Rosine Carvalho, que questionou o ex-presidente sobre a pauta de defesa do deputado Sinésio sobre mineração, o que seria uma linha de pensamento do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Lula afirmou que não sabe o que Sinésio pensa, mas, tem a convicção de que o deputado não é bolsonarista. “Eu posso dizer isso abertamente. O Sinésio é um companheiro de muita qualidade. Um companheiro por quem tenho profundo respeito pela história dele dentro do PT e eu não acredito que ele defenda isso. Se ele defender, é um equívoco. Eu, lamentavelmente, nunca discuti isso com Sinésio, mas, posso dizer que vou ligar para ele para saber, até pelo fato de eu ser contra a exploração”, afirmou o petista.
Críticas a Bolsonaro – No decorrer da entrevista, Lula falou sobre suas intenções políticas quanto a defesa da Amazônia, da Zona Franca de Manaus (ZFM), da BR-319, e também falou sobre a exploração de minérios nas terras indígenas.
Na ocasião o presidenciável falou sobre as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, ocorridas na região do Vale do Javari. Ele reforçou, que se eleito vai voltar a fazer o que foi feito no seu governo em relação a proteção da floresta e criticou a atuação do atual presidente quanto ao assunto.
“Você tem um presidente da República que vai à Manaus e ao invés de visitar, quem sabe os parentes das vítimas, a família do Bruno. Ao invés de dar uma palavra de conforto, vai fazer motociata como se nada tivesse acontecido. Da forma mais irresponsável possível”, criticou Lula ao dizer que quando vier à Manaus vai fazer o possível para conversar com os indígenas e visitar a região do Vale do Javari.
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Da Redação
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