A Polícia Federal confirmou, na tarde desta sexta-feira, 17/6, que os restos mortais encontrados em Atalaia do Norte na última quarta-feira, 15/6, são do jornalista inglês Dom Phillips. A confirmação foi divulgada por meio de nota, enviada pelo Comitê de Crise, coordenado pela Polícia Federal no Amazonas. O resultado foi obtido a partir de análise da arcada dentária do jornalista.
“A Polícia Federal, confirma que os remanescentes de Dom Phillips fazem parte do material que foi recolhido no local apontado pelo Sr. Amarildo da Costa Oliveira, que estão sendo periciados no Instituto Nacional de Criminalística. A confirmação foi feita com base no exame de Odontologia Legal combinado com a Antropologia Forense. Encontram-se em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos”, diz a nota.
O material chegou para análise no Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, na noite de quinta-feira, 16/6. A perícia analisa também se o outro material encontrado é do indigenista Bruno Araújo Pereira.
Os dois desapareceram dia 5 de junho, enquanto faziam uma viagem na terra indígena do Vale do Javari, no interior do Amazonas.
Mandante – Em nota divulgada também nesta sexta-feira, a PF também informou que as investigações apontam que não houve mandante ou organização criminosa envolvida no crime e que as buscas pela embarcação utilizada por Bruno Pereira e Dom Phillips continuam, contando, inclusive, com o apoio dos indígenas da região e dos integrantes da UNIJAVA. As buscas estão sendo feitas no perímetro apontado por um dos suspeitos do crime, Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, que confessou o crime e indicou onde os corpos das vitimas estavam enterrados.
Segundo o texto, a apuração em relação ao crime continua e novas prisões podem ocorrer. “As investigações prosseguem e há indicativos da participação de mais pessoas na prática criminosa. As investigações também apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito. Por fim, esclarece que, com o avanço das diligências, novas prisões poderão ocorrer”, diz o comunicado.
Sangue embarcação – Ainda na quinta-feira, 16, o Comitê de Crise informou que após análise das amostras coletadas no barco do suspeito o Instituto Nacional de Criminalística excluiu a possibilidade de esse vestígio ser proveniente de Dom Phillips.
Informou também que a possibilidade de ser originada de Bruno restou inconclusiva, sendo necessária a realização de exames complementares. Quanto às vísceras encontradas no rio, apesar da compatibilidade com origem humana na análise macroscópica, não foi detectado DNA humano.
O resultado, segundo a perícia, “pode ser devido à degradação do DNA autossômico ou à origem não humana da amostra, segundo os peritos”.
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Da Redação com informações da PF e do G1
Fotos: Divulgação / Ilustração: Neto Ribeiro