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sábado, julho 6, 2024

Bancada do Amazonas apresenta defesa contra alegações da AGU para reverter decisão do STF favorável a Zona Franca

Na decisão de Moraes contestada pela AGU, o ministro reconheceu a diferenciação tributária do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) garantida na Constituição e estabeleceu uma exceção em relação à redução das alíquotas dos produtos das indústrias da ZFM que possuem o Processo Produtivo Básico (PPB)

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A bancada amazonense apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um documento para derrubar as alegações da Advocacia-Geral da União (AGU), que pede revogação da medida provisória cautelar concedida pelo ministro Alexandre de Moraes à favor do Amazonas.

Líder da bancada no Senado Federal, o senador Omar Aziz (PSD) disse acreditar na força dos argumentos da ação impetrada pelo Solidariedade com objetivo de proteger as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) dos efeitos dos decretos do presidente Jair Bolsonaro (PL) que prejudicam o Amazonas.

A medida cautelar questionada pela AGU suspendeu na íntegra os efeitos do decreto nº 11.052 e parcialmente outras duas decisões do chefe do executivo que alteraram e, em alguns casos, zeraram a alíquota dos impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) e de Importação (II).

Na decisão de Moraes contestada pela AGU, o ministro reconheceu a diferenciação tributária do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) garantida na Constituição e estabeleceu uma exceção em relação à redução das alíquotas dos produtos das indústrias da ZFM que possuem o Processo Produtivo Básico (PPB).

Na peça enviada ao STF, a AGU alega que não poderia cumprir a Medida Cautelar pela impossibilidade de identificar os produtos que tinham PPB e os códigos específicos de cada um deles, as NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul), composta por oito dígitos e que permite a identificação de cada produto.

“Por meio da AGU, o Governo Federal apresenta os argumentos mais absurdos para questionar o inquestionável: a manutenção do modelo Zona Franca, garantida constitucionalmente e que emprega milhares de chefes de família. A ação do Solidariedade que todos nós ‘assinamos em baixo’ mostra que o governo não conhece, ou não se importa, com a economia que o Polo Industrial movimenta não apenas em Manaus, mas em todo o Estado”, reforçou  Omar Aziz.

Já o deputado federal, Marcelo Ramos disse que a resposta do governo federal  à ação sobre IPI da ZFM é desrespeito ao AM.

“Hoje, apresentamos no STF nossa contestação aos argumentos da AGU a fim de respondermos os argumentos risíveis do governo federal. Um deles dá conta de que o Ministério da Economia não tem como cumprir um preceito constitucional porque não tem como identificar os produtos submetidos a PPB na ZFM. Como, sé é o próprio ministério que define o PPB?”, diz Ramos acrescentando que pode enviar o link da Economia e da Receita Federal que identifica estes produtos.

A contestação da Bancada amazonense também deixa claro que a lei já exige que cada PPB registre o código de NCM correspondente, informação constante em qualquer Nota Fiscal Eletrônica, o que não apresentaria empecilho algum para identificar e fazer valer a excepcionalidade dos produtos da ZFM.

Concentrados – O setor de concentrados também foi lembrado na contra argumentação do Amazonas, que ressalta o impacto negativo direto dos decretos presidenciais na continuidade de cadeias produtivas que atendem o segmento de bebidas nos municípios de Maués e Presidente Figueiredo.

Segundo o senador, uma das localidades mais beneficiadas com o setor de concentrados é Presidente Figueiredo, com uma população estimada de 38 mil habitantes e onde está localizada a Agropecuária Jayoro, que emprega mais de 1,1 mil funcionários.

De acordo com a argumentação apresentada pela Bancada, por meio do Solidariedade, toda a renda gerada soma de maneira positiva na economia local de Presidente Figueiredo, contribuindo também para outras atividades econômicas, como é o caso do comércio.

“A insegurança jurídica decorrente da redução à zero do IPI por meio do referido decreto e a eventual extinção deste setor poderão colocar em risco não só as empresas situadas em Manaus, mas também de importantes fornecedores situados em Municípios do interior”, alerta o texto de defesa da bancada amazonense ao STF.

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Da Redação com informações da assessoria de imprensa

Foto: Divulgação

 

 

 

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