Durante discurso no acampamento Terra Livre, organizado por grupos indígenas em Brasília, nesta terça-feira, 12/4, o pré-candidato à presidência e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, se for eleito, criar um ministério para tratar das políticas indígenas. O presidenciável disse ainda que pretende fazer um “revogaço” de decretos assinados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na área ambiental.
No evento, o petista defendeu a demarcação de terras indígenas, se posicionou contra a proposta que permite mineração nesses territórios e contra a tese do marco temporal defendida por Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), ação que estabelece que só poderão solicitar demarcações os povos que comprovarem que habitavam a área requerida na data de promulgação da Constituição Federal, ou seja, em 5 de outubro de 1988.
“Se a gente criou o Ministério da Igualdade Racial, se a gente criou o dos Direitos Humanos, se a gente criou o Ministério da Pesca, por que é que a gente não pode pode criar o ministério para discutir as questões indígenas?”, discursou o petista, ao lado de aliados em um palco montado no meio do acampamento.
O ex-presidente recebeu adornos e recebeu uma bênção indígena. “Não sei quem, mas se preparem, porque alguém vai ter que assumir o ministério e não será um branco como eu ou uma galega como a Gleisi, terá que ser um índio ou uma índia”, afirmou o petista. “Eles vão dizer ‘ah, mas gasta muito, é preciso diminuir o número de ministérios’. Na verdade, o que eles não querem é que a sociedade esteja participando ativamente.”
No discurso, o ex-presidente não citou no nome de Jair Bolsonaro, mas afirmou que o presidente da República precisa estar disposto “a distribuir livro, a distribuir fraternidade e solidariedade e não a vender armas e balas para que fazendeiros possam atirar em índios e em trabalhadores rurais.” Na esteira de críticas, o ex-presidente prometeu criar um “dia do revogaço” para anular todos os decretos de Bolsonaro que criaram, segundo ele, “empecilho” para os povos tradicionais.
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Da Redação com informações do Terra
Foto: Divulgação