Nesta quinta-feira, 24/3, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o aumento da arrecadação federal vai permitir que o Governo reduza, novamente o Imposto sobre Produtos Importados (IPI). Após redução de 25% anunciada no mês passado, a queda do IPI deve ser ampliada para 33%.
Em evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo, Guedes disse que a redução de impostos que vem sendo feita permitirá reindustrializar o país.
“Já reduzimos IPI em 25% e vamos reduzir de novo, levando para 33%. Vamos reindustrializar o país. Baixar impostos não acontece há 40 anos e nós estamos baixando“, disse Guedes.
Política monetária – O ministro também comentou sobre a decisão do Banco Central de subir os juros básicos da economia, hoje em 11,75% ao ano, para combater a inflação. Segundo ele, o Brasil será o primeiro a derrubar a inflação por ter começado o movimento de alta dos juros primeiro.
“Agora temporariamente, como estamos combatendo a inflação, estamos experimentando e esse gosto amargo desse tipo de política de aperto monetário. Os bancos centrais dormiram no volante, o nosso acordou primeiro”, comentou.
Para Guedes, a previsão de avanço da atividade econômica, ainda que pequeno, em meio aos juros mais altos indica que o país já tem um crescimento sustentável.
“Se o Brasil vai crescer 1% com juros reais mais altos dos últimos anos, isso quer dizer que já tem um crescimento sustentável de 2,5% ou 3%. No pior momento, que tem que dar choque de juros, esse crescimento vira 1%. Se nosso crescimento fosse zero, estivéssemos estagnados, quando desse choque e sobe juros, teríamos uma recessão de – 1%, -0,5%”, explicou.
Decreto prejudicial – Desde a publicação do primeiro decreto, Nº 10.979/2022, que reduziu o IPI em 25%, no dia 25 de fevereiro, a bancada política do Amazonas, representada pelos senadores Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB), Plínio Valério (PSDB) e os deputados federais: Atila Lins (PP), Bosco Saraiva (Solidariedade), Capitão Alberto Neto (Republicanos), delegado Pablo (PSL), José Ricardo (PT), Sidney Leite (PSD), Silas Câmara (Republicanos) e Marcelo Ramos (PSD), tem se reunido para traçar medidas que possam barrar a aplicabilidade do decreto no setor industrial do Estado.
Isso porque esse decreto do Governo Federal deve prejudicar a atividade industrial da ZFM, que já conta com a isenção de IPI e, por conta disso, teria sua vantagem reduzida em relação às fábricas de outros estados.
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), já tinha afirmado que o diálogo sobre a segurança jurídica e competitividade da ZFM iria se manter permanente. A afirmação de Wilson Lima ocorreu após encontro, no último dia 9 de março, com o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe econômica, em Brasília, que teria assegurado mudanças no Decreto Federal 10.979/2022. Bolsonaro viria a Manaus para assinar a revogação do decreto, mas até o momento isso não aconteceu.
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Da Redação com informações da CNN
Foto: REUTERS/Adriano Machado