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sexta-feira, novembro 22, 2024

David Reis pode prejudicar projeto político de Sabá no pleito deste ano pela inabilidade na condução da CMM

Disposto a disputar as eleições este ano, Sabá Reis pode ter a corrida eleitoral queimada. A má gestão do filho à frente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), com licitações duvidosas e milionárias, que são recorrentemente criticadas pela população, pode ser o fiel da balança e prejudicar a imagem do secretário, que anunciou filiação ao Avante para esta quinta-feira, 24/3

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O atual secretário Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), Sabá Reis traz na bagagem uma longa trajetória na política do Amazonas. Com quase 40 anos de vida pública, Sabá Reis pode se considerar um político vitorioso. Foi vereador, deputado estadual, secretário e, principalmente articulador em campanhas vitoriosas no Estado. O experiente político irá se filiar nesta quinta-feira, 24/3, ao Avante, para concorrer ao pleito deste ano. Especula-se que Sabá Reis está articulando para ser vice na chapa do governador do Amazonas, Wilson Lima, entretanto, até o momento, não tem nada definido.

E, apesar de ser articulado, possuir apoios importantes e ser um dos secretários mais fortes da atual gestão municipal, Sabá carrega um peso político que pode prejudicá-lo na disputa eleitoral deste ano, o filho David Reis. Presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), David Reis não esconde o apego por estar “na aba” do pai, especialmente em solenidades e eventos oficiais, numa clara demonstração de dependência política.

O comportamento, inapropriado para poderes distintos, Executivo e Legislativo, se torna ainda mais nocivo para a transparência que se requer entre os entes quando se leva em consideração as constantes denúncias de má gestão à frente da CMM pelo presidente David Reis. Licitações superfaturadas, contratos duvidosos e ausências constantes da direção da Casa são algumas das queixas que se apresentam contra o filho de Sabá Reis.

Trapalhadas – Presidente da CMM, David Reis é um dos vereadores mais ausentes da CMM e o que menos faz uso da palavra quando se faz presente. O vereador foi um dos parlamentares que mais fizeram uso da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o “cotão”, durante o período mais crítico da segunda onda da pandemia de Covid-19, quando os trabalhos parlamentares ficaram praticamente suspensos.

Deixando a desejar na defesa dos interesses do cidadão com a falta de projetos de lei e emendas parlamentares, David Reis também é frequentemente criticado pelas constantes ausências na CMM. Quando está presente em plenário, nas sessões regimentais – de segunda à quarta-feira, David apenas abre as sessões e logo em seguida pede afastamento da mesa diretora, que, invariavelmente, passam para o comando do 1º vice-presidente, o vereador Wallace Oliveira (Pros).

Contratos polêmicos – Frequentemente questionado por sua gestão como presidente da CMM, David Reis se envolveu em mais um episódio polêmico. Em dezembro do ano passado, ele foi alvo de uma série de críticas populares ao colocar em votação em regime de urgência, o Projeto de Lei nº 673/2021, que previa o aumento de cerca de 83% na Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), o “cotão”. Com o aumento, aprovado pela maioria dos vereadores, a verba disponibilizada aos parlamentares passou de R$ 18 mil para R$ 33 mil a partir do próximo ano.

A polêmica, fez o Comitê do Amazonas de Combate à Corrupção ingressar, junto ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), com uma representação por agir contra o princípio constitucional da moralidade da Administração Pública. O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) suspendeu o aumento, mas ainda cabe recurso.

Outra polêmica envolvendo David Reis foi o caso do processo de licitação que previa a construção do 2º prédio anexo à Câmara Municipal de Manaus (CMM), batizado de “puxadinho milionário”, no valor estimado de R$ 32 milhões. Seis meses depois e cinco decisões judiciais contrárias à construção, várias críticas da população, David Reis finalmente desistiu de construir o prédio que pretendia abrigar 56 gabinetes, elevador e escada panorâmicos, dois níveis de estacionamento, centro de convenções e restaurante.

Além disso, ainda em 2021, ele firmou contrato com empresa pelo valor superior de R$ 83 mil para fornecer cafezinho. A justificativa da contratação foi o aumento na demanda da casa após a diminuições das restrições da Covid-19. O caso virou alvo do MPAM, por indícios de superfaturamento.

Se as “trapalhadas” de David Reis irão respingar nas intenções eleitorais de Sabá Reis somente as urnas poderão confirmar, mas que até lá a imagem do secretário pode sair mais arranhada não há dúvidas. A história mostra que transferência de votos é real e muito utilizada na República Federativa do Brasil, no entanto, a rejeição também acontece. Sabá Reis, político experimentado, deveria observar isso também se tiver intenções reais de fortalecer o Avante e seu projeto político.

Por Redação

Fotos: Divulgação

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