Nesta quinta-feira, 24/2, o presidente Jair Bolsonaro (PL) resolveu se pronunciar, durante sua live semanal, sobre as declarações do seu vice, general Hamilton Mourão, com relação à invasão coordenada por Vladimir Putin à Ucrânia. Na ocasião, Bolsonaro deu “uma bronca” em Mourão, que havia defendido o uso de força contra a Rússia e dito que “o Brasil não concorda com a invasão do território ucraniano”.
Antes do comunicado oficial, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), questionado sobre o assunto enquanto chegava ao Palácio do Planalto, na manhã de ontem, afirmou que o Brasil é contra a invasão russa ao território da Ucrânia.
“O artigo 84 da Constituição diz que quem fala sobre este assunto é o presidente. E o presidente se chama Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Então, com todo respeito a esta pessoa [Mourão] que falou isso, e eu vi as imagens, falou mesmo, está falando algo que não deve, que não é de competência dela”, reclamou Jair Bolsonaro.
Bolsonaro disse, também, que ele só fala algo relacionado ao problema entre a Rússia e Ucrânia depois de ouvir os ministros das Relações Exteriores, Carlos França, e da Defesa, Braga Netto. “Não é combinado. Quando que eu falo qualquer coisa sobre este problema Rússia e Ucrânia? É depois de ouvir os ministros França e Braga Netto”, continuou o presidente.
Na semana passada, durante viagem oficial em uma comitiva brasileira, o presidente da República visitou a Rússia e se reuniu com Putin. Bolsonaro disse, ainda, que defende a paz e voltou a elogiar a conversa que teve com o presidente russo, em 16 de fevereiro.
Sobre o assunto, Bolsonaro já tinha utilizado as redes sociais sobre a invasão russa à Ucrânia. Na publicação em sua conta no Twitter, o chefe do Executivo afirmou estar “totalmente empenhado” em proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia.
Na live, o presidente se limitou a censurar Mourão, sem criticar ou condenar o ataque russo coordenado por Vladimir Putin, dizendo apenas que o Brasil tem interesse de aprofundar laços comerciais e de amizade com outros países. “Não é diferente com a Rússia, a Ucrânia e a Hungria. Nossa posição é pela paz”, declarou o presidente brasileiro.
Bolsonaro fez as declarações ao lado do ministro de Relações Exteriores, Carlos França, e afirmou que o país está elaborando “um plano de contingência” com o objetivo de retirar os brasileiros que estão na Ucrânia. “Esse plano envolve contatos com países vizinhos como Polônia e Romênia e autoridades ucranianas. Nós só vamos retirar os brasileiros quando tivermos condições adequadas de segurança”, pontuou.
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Da Redação com informações de Valor Globo e Poder360
Foto: Reprodução