Nesta quarta-feira, 15/12, a Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagraram a segunda fase da operação “Uiara”, que teve o intuito de identificar, abordar e fazer a inutilização de balsas, conhecidas como “dragas”, que operam com atividade garimpo ilegal de ouro na calha do rio Madeira.
Conforme a PF, a ação também tem como objetivo dar cumprimento a decisões judiciais que cassaram autorizações de lavra de ouro no rio Madeira, bem como atender a recomendação expedida pelo Ministério Público Federal (MPF). Os trabalhos são em continuidade da primeira fase da operação desencadeada de 27 a 29 de novembro naquela região, quando 131 balsas de extração de garimpo ilegal foram destruídas e três pessoas foram presas.
A PF esclareceu que atualmente toda atividade de lavra de ouro no rio Madeira é ilegal e que, portanto, as ações objetivando a desintrusão da hidrovia federal continuarão a ser realizadas, assim como serão estendidas em 2022 a outras regiões de garimpo ilegal detectadas no Estado do Amazonas.
Estudo – Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas, determinou ao Setor Técnico-Científico da PF no Amazonas, a realização de estudo técnico inédito sobre a contaminação de mercúrio no rio Madeira, que teve início com a coleta de vestígios na região, como: água, sedimentos, fauna, flora e em cidadãos ribeirinhos.
Como resultado inicial do estudo foi elaborado o Laudo De Perícia Criminal Federal nº 1357/2021-SETEC/SR/PF/AM, que detectou elevados índices de contaminação por mercúrio na água, no leito do rio, na vegetação e nos seres humanos que habitam as margens do rio Madeira, naquela região.
Amostras de cabelo detectaram que moradores da região do rio Madeira, no Amazonas, possuem contaminação por mercúrio até três vezes superior ao limite máximo considerado como admissível pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O nível de mercúrio na água é de 15 a 95 vezes superior ao aceitável como máximo para consumo e uso recreativo.
As amostras de água e sedimento demonstram forte indícios de contaminação ambiental e confirmar o lançamento dos contaminantes a partir de balsas. O laudo atestou, também, que as populações ribeirinhas estão consumindo água e/ou alimentos contaminados e concentrando nos seus tecidos o metal pesado. Ou seja, o potencial de contaminação da atividade é extremamente elevado.
Para a Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas os resultados científicos corroboram com a necessidade de ações na repressão ao garimpo ilegal no rio Madeira, pois eventuais lucros decorrentes das atividades ilícitas são obtidos com o comprometimento direto da saúde de milhares de pessoas que habitam a calha do rio Madeira, e que dependem exclusivamente da água, agricultura e pescado viabilizados por essa hidrovia federal.
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Da Redação com informações da assessoria de imprensa e G1 AM
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