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segunda-feira, julho 8, 2024

Debate Político: Marcelo Ramos fala da votação do ‘Fundão’, saída do PL e atuação política no quadro do O Convergente

Em entrevista ao Portal O Convergente, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, falou sobre a sua atuação política, a votação do veto ao Fundo Eleitoral, o “Fundão”, e sobre sua permanência do Partido Liberal (PL)

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A atuação política, a participação em agendas internacionais com intuito de fomentar a Biodiversidade Amazônica, a possível saída do Partido Liberal (PL) e polêmicas envolvendo a votação do veto ao Fundo Eleitoral, o “Fundão”, foram assuntos abordados pelo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, no quadro “Debate Político”, dessa segunda-feira, 6/12, do Portal O Convergente.

Primeiro deputado amazonense a ter posição relevante na Mesa Diretora da Câmara, Marcelo Ramos foi leito vice-presidente da casa em fevereiro deste ano, e sua atuação tem sido destacada nacionalmente, o que já lhe rendeu a condecoração de melhor deputado federal do ano em 2021, pelo Prêmio Congresso em Foco.

Atuação internacional – Marcelo Ramos abriu a conversa com a apresentadora e pesquisadora, Erica Lima explicando que chefiou a delegação brasileira de deputados na Conferência da ONU para as Mudanças Climáticas (COP26), que aconteceu mês passado, em Glasgow, na Escócia.  Ramos destacou que a imagem do Brasil no exterior hoje por conta da questão ambiental é muito ruim, entretanto foi muito significativo que um deputado do Amazonas estivesse à frente da delegação da Câmara no evento.

“Sempre teve deputados de todos os cantos do Brasil indo para as COP’s anteriores falar de Amazônia. Agora foi um deputado do Amazonas falar de Amazônia, mas mais do que isso, levar projetos que mobilizam o mundo hoje, não só o Brasil, como a necessidade que nós regulamentarmos o nosso mercado de crédito de carbono, o nosso mercado de redução de emissões de gases de efeito estufa, principalmente de emissão de gás carbônico na atmosfera e também a Lei do Bioma Amazônia”, disse.

Marcelo Ramos lançou durante a COP26, o anteprojeto de Lei da Biodiversidade Amazônica, que visa preencher uma lacuna jurídica de normas que atendam as especificidades do bioma da Amazônia. O parlamentar destacou que o Brasil já dispõe de uma Lei da Mata Atlântica, tramitam no Congresso, as Leis do Pantanal e do Cerrado, no entanto, o mais importante e imprescindível bioma do planeta, a floresta amazônica, não conta com uma legislação que assegure a sua proteção e peculiaridades

“Nós estamos construindo essa lei, muito em breve iremos apresentar para que no primeiro semestre a gente se concentre nisso. Criar um arcabouço legal para que a gente gere uma economia a partir da floresta em pé. Todo mundo acha que vai resolver o problema do desmatamento com polícia, com órgão de fiscalização ambiental, com lei. Isso não basta. Se nós não oferecermos uma alternativa econômica para que com a floresta em pé, as populações tradicionais, ribeirinhos e indígenas possam sobreviver com o mínimo de dignidade, um instinto de sobrevivência vai fazer com que eles partam para uma atividade predatória”, explicou Ramos.

Desfiliação – Durante a conversa, o deputado federal informou que teria uma conversa nesta terça-feira, 7/12, com o presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto e, após a reunião, deveria sacramentar a saída da sigla.

Após a filiação do presidente da República Jair Bolsonaro ao PL, no último dia 30 de novembro, a permanência do deputado federal no partido se tornou insustentável.

Ramos disse que muitos partidos o têm procurado e que não se furta de conversar com todos.  Dentre eles, o senador Omar Aziz (PSD), o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), com a defensora pública Carol Braz e com ex-deputado estadual e ex-secretário de Educação do Amazonas, Luiz Castro, que receberam, recentemente, convites para se filiarem ao PDT. Além desses, Ramos disse que também já conversou com os presidentes nacionais dos partidos Solidariedade, Paulinho da Força, e o do PSD, Gilberto Kassab.

Votação do Fundão – O vice-presidente da Câmara do Deputados anunciou que a votação do veto ao Fundo Eleitoral, será nominal, para que não se repita a polêmica em relação aos parlamentares que votaram a favor do aumento dos recursos do ano que vem de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões, evitando ser acusado novamente de ter atropelado a votação, como foi amplamente divulgado pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL).

O veto do Fundão é um dos que serão apreciados na sessão desta terça-feira, no Congresso Nacional, que será presidida por Ramos. “Então, quem quiser vai ter que meter o dedinho pra não ter aquela mesma conversa da votação passada, em que o filho do presidente (Eduardo Bolsonaro) e todos os deputados da base do presidente votaram a favor do Fundo Eleitoral e, como a votação foi simbólica, depois disseram que não votaram porque eu não deixei votar. Pois agora eu vou deixar votar. A votação será nominal e todos vocês que acompanham podem acompanhar amanhã a sessão e saberão quem votou a favor e quem votou contra o Fundo Eleitoral”, adiantou.

Para finalizar, Marcelo Ramos pontuou que o Amazonas em 2022, pois, segundo ele, o Estado vive uma instabilidade política já há algum tempo. O deputado pontuou que desde a eleição que reelegeu José Melo como governador do Amazonas em 2014, em seguida veio a cassação dele, o Amazonas vem sofrendo inconstância na política.

O vice-presidente da Câmara ressaltou que, após a Eleição de 2022, o Amazonas possa ter um governador que reconcilie o povo amazonense, para que seja retomado o caminho de prosperidade no Estado.

“Seja quem for o governador, que seja capaz de construir essa reconciliação. Que seja capaz de chamar a todos, de dizer olha, nós estamos saindo de um pós-guerra, e precisamos sair unidos, dispostos a construir um Estado próspero. Sair unidos não significa pensar igual, não significa deixar de ter conflitos, significa disputar opinião de forma tolerante, democrática, republicana, respeitosa, eu acredito muito nisso. Nós precisamos construir esse pacto. Eu sou ávido por isso. E se eu puder ser um instrumento de ajuda nisso, eu serei onde quer que eu esteja. Deputado federal, governador ou mesmo sem mandato. Sou um amazonense que acredito muito no que faço, acredito muito no potencial do nosso Estado e dedico a minha vida a lutar por isso. Com mandato ou sem mandato”, concluiu o parlamentar.

Confira a entrevista na íntegra:

Fotos:

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Por Lana Honorato

Fotos: Marcus Reis

 

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