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segunda-feira, julho 8, 2024

MPF vai apurar suposta atuação de Michelle Bolsonaro para favorecer amigos com empréstimos da Caixa

A decisão  foi tomada após uma denúncia, feita por uma reportagem da revista Crusoé, mostrar que do gabinete da primeira-dama saíram pedidos para que a Caixa atendesse a um grupo especifico de empresas  ligadas a um círculo de pessoas próximas da família presidencial

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O Ministério Público Federal  (MPF), por meio da Procuradoria da República do Distrito Federal,  decidiu investigar a suposta atuação da primeira-dama Michelle Bolsonaro para favorecer empresas de amigos com empréstimos da Caixa Econômica Federal. A decisão  foi tomada após uma denúncia, feita por uma reportagem da revista Crusoé, mostrar que do gabinete da primeira-dama saíram pedidos para que a Caixa atendesse a um grupo especifico de empresas  ligadas a um círculo de pessoas próximas da família presidencial.

De acordo com a reportagem, Michelle Bolsonaro chegou a registrar as demandas por e-mail e tratou do assunto em uma conversa com o presidente do banco, Pedro Guimarães. Gestos que confrontam diretamente princípios básicos da administração pública, como o da impessoalidade.

A partir da indicação de Michele, pedidos furaram a fila dos interessados nos empréstimos do banco e passaram a ter um tratamento diferenciado, o que acabou sendo detectado pelos sistemas de controle da própria Caixa, que abriu uma apuração interna para investigar o caso.

Conforme revelou a Crusoé, a maioria das operações de empréstimo ocorreu em uma agência de Taguatinga, cidade vizinha a Brasília, após a equipe de Pedro Guimarães encaminhar as demandas da primeira-dama. Praticamente todos os pedidos, segundo documentos da própria Caixa, foram atendidos logo em seguida.

As mensagens do gabinete da primeira-dama não apontavam especificamente em qual operação de crédito os empresários estavam interessados, mas todos os integrantes da lista foram atendidos pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que tinha acabado de ser lançado pelo governo.

Segundo a revista, a lista vip foi descoberta durante um procedimento de auditoria. Ao analisar processos de concessão de empréstimo, uma equipe da Caixa identificou que algumas empresas tinham sido indicadas pela sigla PEP, acrônimo para “pessoa exposta politicamente”. Ao checar sobre quem se tratava, a equipe chegou ao nome de Michelle Bolsonaro. Algumas das solicitações, segundo a reportagem, partiram do gabinete de Michelle Bolsonaro já acompanhadas dos documentos necessários para a liberação.

Não foram encontrados indícios de que os valores liberados extrapolaram os limites ou que as empresas beneficiadas não poderiam ser atendidas, mas o trâmite dos processos contrariou as regras e o fluxo de etapas que costumam ser obedecidas quando feitas por solicitantes comuns.

A Caixa declarou que “a concessão de crédito em todas as suas linhas passa por rigoroso processo de governança, compliance e análise de riscos independente”.

Investigação  – Após o caso  vir à tona a denúncia contra a primeira-dama da República, o líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB), anunciou que acionou o Ministério Público Federal (MPF) para que Michelle seja investigada por tráfico de influência.

“Acabo de acionar o MPF para que Michelle Bolsonaro seja investigada por tráfico de influência”, declarou o parlamentar no Twitter. “Michelle Bolsonaro interferiu na Caixa Econômica para que empresários bolsonaristas fossem favorecidos com empréstimos do governo. Vamos exigir investigação”, afirmou em outra publicação.

Confira:

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Da Redação com informações do Estadão

Foto: Alan Santos

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