A privatização da Amazonas Energia e os resultados da decisão sobre a população amazonense, bem como o pedido de instalação da CPI da Energia e Eleições 2022 foram temas abordados pelo deputado estadual Sinésio Campos (PT) no Debate Político dessa terça-feira, 14/9, do Portal O Convergente. O parlamentar, que está no seu sétimo mandato na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), é presidente estadual do Partido dos Trabalhadores no Amazonas.
Como presidente da Comissão de Minas e Energia da Aleam, o deputado apresentou o pedido de instalação para a CPI da Energia que visa apurar possíveis irregularidades no fornecimento de energia elétrica pela concessionária Amazonas Energia. Recentemente o Tribunal Superior do Amazonas (TJAM) suspendeu a abertura da Comissão Parlamentar, porém o presidente da CPI emitiu recurso contra a liminar da Corte. Para o deputado, essa atitude é vista como “atestado de culpa”.
“A Amazonas Energia, quando entra com recurso pra parar a CPI, ela passa um atestado que tem muito a se explicar. Quem não deve não teme. Quando a empresa buscou o Tribunal de Justiça é porque não quer se explicar e quem não quer se explicar é porque tem muita coisa a omitir”, criticou o deputado.
Segundo o deputado, a decisão para a abertura do inquérito foi feita após visitas a 14 munícipios do Amazonas, onde identificou comunidades que enfrentam dificuldades com a falta de suporte pela empresa. Para o deputado, a “péssima” qualidade do serviço prestado pela concessionária é resultado da privatização do setor elétrico.
“No início foi um sonho, todos diziam que era preciso privatizar para melhorar e, no caso da Amazonas Energia, se tornou um terror. Hoje nós temos apagões, tarifas elevadas, cortes de energia em tempo de pandemia. Ela é campeã de denúncia na Defensoria (Pública), no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justiça, mas a CPI da Amazonas Energia está chegando em bom momento para rever isso”, disse o deputado estadual.
Eleições – Na última segunda-feira, 13/9, em cerimônia comandada por Sinésio Campos, o PT no Amazonas reinaugurou sua sede própria e reuniu nomes influentes de outras siglas partidárias, aumentando o “burburinho” em torno de possíveis alianças para as eleições 2022.
Pelo PCdoB esteve presente o ex-deputado federal, Eron Bezerra e pelo PL o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos. O senador Omar Aziz (PSD) também era esperado, mas teria ficado impossibilitado e mandou um vídeo gravado parabenizando o PT pela trajetória política.
Questionado sobre possíveis alianças, Sinésio desconversou, afirmou que o partido busca agregar forças em prol de uma convergência, confirmou a unidade em torno da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que concorrerá à reeleição pela oitava vez.
“O meu papel como presidente do PT é agregar, não cabe mais seccionar, não cabe mais dividir. O país está dividido, eu vejo que o PT tem um papel fundamental com isso. Nós vamos dialogar, temos hoje a nossa figura principal que é o presidente de honra, o companheiro Lula que voltou a ter os seus direitos políticos assegurado”, disse.
Conforme o parlamentar, o ex-presidente Lula vem ao Amazonas para “um alinhamento de estratégias”. “Provavelmente, o ex-presidente chega por aqui em outubro. Vamos conversar com ele e com a direção nacional do partido. O PT tem objetivos de articular um palanque forte para o ex-presidente Lula, além de me preocupar com a minha própria campanha, pois vou ser candidato a reeleição a deputado estadual. Então o que eu tenho a dizer é que o PT está se estruturando”, confirmou.
Governo do Estado – Segundo Campos, apesar de ser um dos principais quadros do partido no Estado, o deputado federal José Ricardo (PT) deve concorrer à reeleição para Câmara dos Deputados.
“Para mim seria um prazer tê-lo como candidato ao Governo do Estado, entretanto, pelo que compreendemos e sabemos é que o PT nacional tem um projeto de ampliar o número de bancadas de deputados federais. Então, os deputados federais são uma representação política no Congresso Nacional. Então, estrategicamente, todo partido político em nível nacional busca manter ou ampliar sua representação no Congresso Nacional”, explicou o parlamentar.
De acordo com o líder do partido, o PT está aberto a novos nomes, composições e reafirmou a máxima de que ainda “é muito cedo para apontar candidatos para o ano que vem”.
“Muita água ainda vai passar por baixo da ponte, vamos continuar fazendo debates, mas, sobretudo, quero dizer que o PT está aberto para o diálogo, para o debate, para as boas ideias. Queremos construir uma candidatura ao governo em que o PT possa apoiar, mas que também seja uma candidatura progressista”, finalizou.
Confira a entrevista:
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Por Juliana Freire
Fotos e Vídeo: Marcus Reis