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quarta-feira, julho 3, 2024

Omar Aziz afirma que depoimento de Marcellus Campêlo não acrescentou nada à CPI

Acuado, o ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo foi bombardeado pelos senadores em depoimento durante esta terça-feira, 15/6, na CPI da Covid

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Mesmo sendo pressionado e questionado, várias vezes, sobre sua atuação e as medidas adotadas pelo Governo do Amazonas no enfrentamento à pandemia, principalmente em atenção aos fatos ocorridos durante a crise de oxigênio em janeiro deste ano, o ex-secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo foi apático e não conseguiu ser firme em suas respostas. O comportamento foi amplamente criticado pelos senadores.

A falta de clareza, deixou Marcellus, segundo alguns senadores, ainda mais comprometido quanto a tomada de decisões no enfretamento à pandemia, principalmente nos fatos decorrentes da falta de oxigênio no Estado.

O presidente da Comissão parlamentar de inquérito (CPI) da pandemia, Omar Aziz (PSD) disse que a ida do ex-secretário não acrescentou em nada. “Eu fiquei quieto porque eu acho que não fluiu a sua presença aqui. Não ouve esclarecimento nenhum. As investigações feitas por outro lado vão dizer algo. Você veio aqui só para tentar explicar o inexplicável”, disse o senador.

Em um dos poucos momentos em que se manifestou, Aziz criticou Campêlo e a atuação do governo estadual na atenção à população do interior do Estado. “Lógico que tivemos problemas em municípios, mas o número de casos e óbitos não foi pelo tratamento precoce, foi pelo isolamento. Essa é a diferença entre capital e interior”, afirmou o senador ao dizer que Marcellus passou o dia todo na CPI sem conseguir explicar isso.

Confira o vídeo: 

Sobre o rendimento do depoente, a senadora Leila Barros (PSB) concordou com o presidente da CPI e disse que a participação do ex-secretário de Saúde não rendeu porque ele deu respostas evasivas. “Faltou planejamento em todas as esferas e sobrou demais negacionismo, incompetência e corrupção”, falou ela ao relembrar as declarações feitas durante a CPI de que a secretaria de Saúde do Amazonas teria sido informada sobre o problema de oxigênio ainda em 2020.

A afirmação não foi rebatida pelo ex-secretário Marcellus Campêlo, mas o foi pelo Governo do Amazonas por meio de nota distribuída pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) no final da tarde desta terça-feira.

Na nota, a secretaria informa que a empresa White Martins, em duas oportunidades, nos meses de julho e novembro de 2020, solicitou à SES-AM aditivo contratual do serviço prestado. Conforme a secretaria, as solicitações faziam referência apenas ao aumento no valor do contrato e não a quantidade de oxigênio que seria fornecida.

Caos na saúde – A crise do oxigênio e quem seria o culpado pela crise vivenciada no Estado em janeiro deste ano foi o questionamento mais feito durante o depoimento do ex-secretário de Saúde. A quarta fase da Operação Sangria, da da Polícia Federal (PF), também foi assunto recorrente.

Conforme o senador Eduardo Girão (Podemos), o Amazonas vem enfrentado problemas de desvios na saúde desde 2016 e fez menção à Operação Maus Caminhos, que identificou desvios milionários de recursos da saúde do Estado. “Vale ressaltar que o Amazonas, desde 2016, ocupa os holofotes dos veículos de impressa nacional por desvios de recursos públicos, justamente, na área da saúde. O Ministério Público Federal, por meio da Operação Maus Caminhos investigou o desvio de dinheiro público, cujo valor estimado ultrapassa a casa dos R$ 100 milhões”, disse.

O parlamentar também criticou a ausência do governador Wilson Lima (PSC) no depoimento marcado na CPI no último dia 10. “Desviar verba pública em pandemia não é corrupção é assassinato e é com isso que vou encaminhar alguns questionamentos para o senhor, já que o governador não veio. Trabalhamos para ouvir o governador Wilson Lima, mas o STF, que mandou o senado abrir a CPI, ele mesmo legitimou o não comparecimento do governador Wilson Lima à nossa convocação”, disse ele ao se direcionar para Campêlo.

A ausência também foi criticada pelo senador da base governista, Jorginho Melo (PL), que falou da falta de competência de Marcellus Campêlo para estar à frente da pasta da Saúde.

“O senhor é engenheiro, deve ter aptidões para ser um engenheiro, mas como secretário foi muito mal. O senhor, talvez para não se comprometer, não tem segurança no que fala. Tomara que isso sirva de lição para o povo do Amazonas. A sua gestão foi uma tragédia, o senhor e o governador brincando. O senhor não disse nada e o governador perdeu a oportunidade de dizer aqui o que aconteceu, mas ele foi se esconder e jogou o senhor aqui para dizer que não contribuiu para nada”, afirmou.

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Por Izabel Guedes

Fotos: Divulgação / Senado

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