Pré-candidato ao governo do Amazonas pelo PCdoB, Marcelo Amil participou nesta quinta-feira 10/6, do quadro “Erica Lima Conversa”, do Portal O Convergente. Advogado por formação, Amil falou de sua trajetória política, dos alinhamentos que estão sendo traçados pelo partido na disputa para o governo do Estado, Câmara Federal, Assembleia Legislativa e Senado.
Candidato a deputado federal pela primeira vez em 2018 pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), Amil contou ao portal sobre os bastidores da campanha à Prefeitura de Manaus em 2020, já pelo PCdoB, e fez uma breve projeção sobre sua caminhada política como integrante do Partido Comunista do Brasil.
“Em 2018 o meu planejamento era disputar o Senado, depois percebi que estava tendo uma aceitação muito boa e vi que tinha espaço para lançar uma candidatura ao governo do Amazonas. Mas recebi uma ligação do presidente nacional do meu partido, na época, que me pediu para que fosse candidato a deputado federal, então declinei da candidatura majoritária e os planejamentos foram completamente diferentes”, relembrou.
Amil não conseguiu a vaga na Câmara dos Deputados, porém foi alçado a presidente estadual do partido do PMN, ao qual era filiado à época.
Eleições 2020 – Com pouco tempo de televisão e “correndo por fora”, Marcelo Amil ganhou destaque quando participou de debates eleitorais e polemizou com repostas sarcásticas e questionamentos incomuns aos outros candidatos. Segundo o advogado, os debates foram estudados para que pudesse aproveitar o máximo do tempo disposto para que o público conhecesse suas propostas.
“Essa questão dos nomes dos bairros Jorge Teixeira e Ponta Negra não foi planejada, mas as diferenças de qualidade de vida, oferta de serviços e de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que são gritantes, foi. Acabou que acabou dando certo e isso viralizou, fazendo a nossa campanha ser mais conhecida”, relatou o político.
Cenário para 2022 – Questionado pela apresentadora e pesquisadora Erica Lima sobre projeções de candidaturas e possíveis alianças para as próximas eleições, Amil disse que tem vontade de disputar eleição como candidato ao governo do Amazonas, mas que ainda precisa da aprovação do partido. Sobre as alianças, o advogado revelou que o partido tem deliberado internamente sobre a necessidade de composição para uma candidatura.
“Eu apresentei ao partido a minha disposição em ser candidato a governador. É a eleição que eu gostaria de disputar. Agora, antes de ser candidato, efetivamente, eu preciso da aprovação do partido. O partido disse que não vai se isolar, eu entendo que ele está dizendo que ele vai conversar com todo mundo”, sugeriu.
Enquanto isso, Amil afirmou que vem mantendo reuniões periódicas com possíveis candidatos, do interior, a uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). Sobre o Senado e a Câmara dos Deputados, Amil afirmou que o partido deve lançar os nomes de Eron Bezerra e Vanessa Grazziotin nas eleições do próximo ano.
“No meu entendimento, a companheira Vanessa tem grandes chances de retornar à Câmara Federal e o companheiro Eron deve concorrer a vaga no Senado. Eles são políticos experientes, experimentados e tem tudo para conseguir boas votações e alcançar as vagas que o PCdoB almeja”, adiantou.
Cenário Nacional – Questionado sobre a participação do PCdoB nas eleições presidenciais, Marcelo Amil falou que o governador do Maranhão, Flávio Dino é apontado atualmente pelo PCdoB como representante do partido à presidência. Marcelo Amil explanou também que o partido delibera sobre um possível apoio à candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT).
“Nesse momento, o principal horizonte que há é esse, de uma candidatura do Flávio Dino (PCdoB), mas há uma grande corrente no partido que defende também o apoio, já no primeiro turno, ao ex-presidente Lula. Nós temos divergências (PCdoB), não somos simplesmente apoiadores incondicionais do ex-presidente Lula, houve erros no governo do PT que precisam ser rediscutidos, precisam ser corrigidos, mas a gente tem uma questão muito maior, que é garantir a defesa da democracia”, explicou Amil.
Durante a conversa sobre o cenário político nacional, Marcelo Amil aproveitou o momento para criticar o governo Bolsonaro no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Segundo o convidado, o objetivo da próxima eleição é derrotar Bolsonaro ainda no primeiro turno.
“O desgoverno de Bolsonaro é esse que recusou 83 ofertas de vacina a metade do preço. Ele mostrou que não tem qualquer compromisso com o povo brasileiro, nem com a democracia. Se dependesse do Bolsonaro nós viveríamos numa ditadura, se é que já não vivemos numa ditadura mascarada”, criticou.
Esquerda e direita – Sobre a polarização Bolsonaro versus Lula, Amil continuou a criticar o governo Bolsonaro, especificamente o general Pazuello, que prestou depoimento na CPI da Covid, no Senado, mas com a garantia que os documentos, considerados sigilosos, se mantenham assim por 100 anos. No Vaticano, os documentos sigilosos são mantidos em segredo por até 75 anos.
“No Brasil, hoje, a esquerda lidera todas as pesquisas. Bolsonaro não é líder em pesquisa nenhuma. Há quem diga que ele não vai ao segundo turno, eu não acredito nisso. Acredito que se houver um segundo turno, Bolsonaro vai estar lá, mas não será como primeiro. Gostaria muito que fosse com qualquer outra pessoa além do Lula porque seria um grande avanço civilizatório do Brasil, mas a gente precisa aguardar o processo, ainda falta um ano e meio”, finalizou.
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